quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

#777

Doce é o destino.
O azul dos Oceanos.
Meus olhos.
Teus olhos.
Palavra.
Limite.
Desejo profundo.
Tu me atravessas.
Tu e só tu...
Doce é o álcool.
O Tártaro.
E teus cabelos.
E força.
Minhas ilusões.
Minhas mãos.
Tua boca.
E minha água.
Lacrimejante entre as pernas
Por tuas partes.
Em Tejo.
Doce é o sono.
Porquê ele pare o sonho.
Doce é tudo.
Menos paredes.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

Pré-Monição #081210



Emil Nolde
II Hay Meadow Wheat Field Light Sea Mood - 1900



Espejo en la mano derecha.

Ojos de Loba desdichada
Hasta siempre luminosa
Tu eres volcán blanco.

Silencio.
Silencio sin cenizas.

"Lava" que te haces canibal.
Canibal en su venganza.

Rojo, noche, hechicera.
Eres el volcán blanco
Canibal...

Que hambrienta me cenará.

terça-feira, 6 de dezembro de 2016

Tua pele é de pluma

Tu me ignoras,
me fazes presente os meus grilhões.
Me nega as Veredas que carrega nas mãos.
Aperta forte para detê-las
Não consigo fugir das tuas plumas.
Tão constantes, como as correntes que sustentam o horizonte
Os abismos
O "ismos" todos "desfigurantes".
Roubaram minhas Máscaras.
Exilaram-me na dor.
Solidão.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Incandeia

Me queimei longo.
Me queimei duro.
Me queimei Jongo.
Me queimei tudo.
Me despedi da esperança.
E fingi minha fuça.
E como criança esperei você chegar.
Me queimei longo amooor.
Daquelas dores de desesperar.
É o Samba.
Triste, como nunca houve um dia.
Feliz, como nunca pode enquanto ele eu temia.
Agora.
Quero.
Sem hipocrisia.
Rimar Amor.... Amor com Dor.
Sem Filosofia.
Quero fazer música.
Samba.
Poesia.
Quero rimaaar....
Amor com Dor.
Tá na cara!


E Clytemnestra segura o Oxê de Xangô em sua Justiça
Morra Agamenon, morra!
por John Collier

sábado, 26 de novembro de 2016

Césio 137

Caíram minhas pernas débeis.
E meu porto seguro.
E toda a ilusão se esparramou luminosa e mortal.
Césio 137 escorrendo pelas paredes.
A Casa, antes da Água, antes segura.
Me contaminou.
Não há chão para minha existência.
Apenas fina corda bamba.
Carnificinas, atrás de carnificinas.
E minha existência-areia se confundindo com o mundo.
Apocalipse total.
Morreu Fidel.
E isso também já não importa.
Estamos todos já em Ruínas.
Sob escombros.
Enterrados.
Porém vivos.

quarta-feira, 23 de novembro de 2016

#4

Quanto de mim ainda reza pelo céu?
Quanto de mim ainda não se conformou com o chão?
Coruja de asa quebrada.

Arrasada pelos tiros de badogue.
Longe de tudo.
Atacando sem direção.

Pássaro ferido de grito o desespero de ser bicho sozinho.
Mesmo ave que caça.
Ave de Rapina.

Pra bicho de nossa cepa é impossível viver no chão.
Voam assim as predadoras aves.
Durante a noite.
Durante o dia.
Sempre, sempre matando.
Di la ce ran do

Dilacerando carnes e comendo riachos.
Aves de Rapina.
Aves de Visão.

segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Versos secretos #1




Tirei tuas mãos da parede hoje.
Não consegui tirar teu cheiro da cama.
Nem tuas penas, Ave de Rapina.
A me cobrir Vermelha.
Lancinante.
Certo.
e Gozoso.

terça-feira, 15 de novembro de 2016

O Barranco do Barranco... P O E S I A!

Quantos Dogmas devo escolher?
Quantos Deuses querer?
Quanto de Vento, e Mato e Mato e Mato devo eu conter?
Esmurre cada lágrima que dei…
Esmurra, Reggae, Rasta, Caboclo…
Jogue no Fogo.
Esqueça.
Esqueça.
Esqueça, e pare de cantar a terra garrida e,
Minha música preferida.
Esqueça você primeiro…
De verdade.
Depois.
Eu também.
Mas enquanto isso guardo o teu cheiro nos meus poros.
Nas minhas glândulas, canais.
No meu absurdo de existir. 
Nos meus ais.
Pare música.
Geografia.
História.
Literatura e
o Barranco do Barranco
P O E S I A.

quinta-feira, 10 de novembro de 2016

La Culebra

De toda, tudo, todo.
Teu sorriso.
Descarado e malicioso.
Continua.
Me caçando de veneta llamando.
E tu diz sempre.... Foi você que começou.
Adoro todo drama.
e Cama.
Como sempre, e sempre.
Again and again.
Amém.

quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Perfeições...

Hão árvores tremendas entre nós.
Uma floresta inteira a percorrer, correr, recorrer.
Praticamente não temos sombras.
Sussurros.
Beijos na boca.
Ou na nuca.
Só o Uivo nos une.
Flamejantes e Descuidados.
Trepamos na Lua, com a Lua.
Fazer amor nunca!
Esse segundo Bezerra da Silva, não se fabrica.
Seremos cinzas no próximo século? 
Não?
Porque evitarmos só o Fogo então?
Queimem-se.
Queimem-se os vivos.
Só eles podem gritar de dor e alegria.
Queimem-se.


Ouvindo Ibrahim Ferrer… e calma como uma marola...

terça-feira, 1 de novembro de 2016

Poesia Confessional

Esmagada novamente me desperto.

Tropega.

Desorientada de mim e sozinha fazem séculos,
No susto e com o respiro me levanto.
Procuro as chaves. 
Saio ainda bêbada pela Rua da Feira.
Pensando que não tenho pra quem ligar.
Nem tenho celular.
E depois de tudo.
Depois de tantos e tantas.
Porquê ficar?
"Você pode ir ao inferno minha filha, mas seu Santo tá aqui!"
Não achei as compras de ontem.
Os cachorros já não comem como antes.
Porquê ficar?
"Veja bem, quando ele está, não fica bem você beber na rua. Parece que você está atrás dele. Pra uma mulher não pega bem."
Não há Moto-táxi em frente à Faculdade.
Deve ser cedo pela neblina.
O cheiro da cidade é sem igual.
Porquê ficar?
"Não acredito que ele deixou você!"
Moro longe, tenho fome.
Tive pesadelos com os olhos de Odé. 
Porquê ficar?
"Ele te comeu para destilar uma mágoa"

Acho um carreto que me cobra 30 reais, sendo que sei que custa vintão.
Tenho que levar o pássaro azul...
Não tem jeito.
Porquê ficar?
"O preço da gasolina tá caro dona" (principalmente para as que tem cara de polonesa)
Agora sim, sei que é luta ser negro.
Agora sim sei que nunca fomos um país inteiro.
É cedo, é cedo!
Pessoas com roupa de ginástica a caminhar.
Sol e sorrisos.
Tudo que eu sinceramente acho sinistro.
Porquê ficar?
"Aquela Francine é mesmo barril, tinham três garrafas de champanhe lá..."
E não reverbero mais nada do que meu Axé...
Penso no caos da casa.
Sinto amor por meus cachorros e meu cavalo.
Rita e Raul também.
Chego com a grama molhada.
O céu, o sol, a sifonia mais perfeita a tocar.
Pássaros, pássaros, pássaros.
Sinto falta de Antônio, meu amoroso pai.
Ele lá na desgraça de São Paulo.
Choro por não conseguir imaginar que ele pode nunca mais me enxergar.
Choro por Alegria jogado na poeira e por Zoreia, morrendo na rua.
Não há compaixão em nenhuma esquina.
Somente os Orixás Mensageiros fartos e sorridentes de tanto comer do "querer" de muitos.
Porquê ficar?
Tomo o Rivotril que me deram...
Aquele de antes.
Porquê ficar?
Só existe o fascinante canibalismo da matéria.
O futuro é apenas a possibilidade.
A Existência pertence ao presente.
Porquê ficar?
Tenho de tudo, menos o Medo.
Não sou Muralha, sou um Oceano.
Adaptação.
Ora líquida, ora sólida, ora ar.
Levantar e Ser todos os dias.
Isso me faz ficar.

sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Da Pele, Da Luz, Do Desejo.


Max Beckmann, Beach Landscape, 1904



Rememoro suas palavras.
Ouço viciada sua voz.
Procuro o Tempo e só hoje vejo que ele caminha a frente.
Muito, para quem é toda Água.
Não devo parar por teus Olhos de Além-Mar.
Descanso desajeitada de mim.
Como toda gente que sente um Calor Impossível no Peito.
Simplesmente Calo.
Melhor assim.
Mulher-Redemoinho.
Salobra.
Imprevisível.
Marinha.
Azul.
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Do futuro seco e desgraçado...

O Sol já me governa.
E o Chão tão Vigoroso me aceita.
Respiro Ares, Ares frios.
E em pleno Meio-Dia a Brisa bate a amaciar meu Ódio.
Coisa incorrigível de família.
Amo o que é doce e belo.
E sinto olhos que sou incapaz de esquecer jamais.
Como tequila.
Mas sendo Ave de Rapina.
Sou as que seguem mais, as que querem demais.
Ver o mundo da Lua, do Atacama e do Japão?
Ver o mundo do alto que me fez balão!
Ver o mundo dos grandes olhos dos Pássaros Ancestrais.
Meus irmãos cegos.
Aves de Rapina e Onças Pintadas.

Aves de Rapina.

quinta-feira, 27 de outubro de 2016

*porquê li um poema de Nuno Gonçalves e senti inveja dele

Entre o Sertão e a Mata Verde
Entre o Sertão e a Mata Verde
Entre o Sertão e a Mata Verde

Escorrego.
Líquida.
Á procura do Mar que me faz Tsunami em dezembro depois do Natal.

Escorrego.
Ar.
Á procura da Guerra que me faz Temudjin, o Grande Khan.

Escorrego.
Mel.
Á procura do Ouro que me faz Rainha de Sabá. 

Entre o Sertão e a Mata Verde.
Entre o Sertão e a Mata Verde.
Entre o Sertão e a Mata Verde.

Escorregam coloridas Serpentes
Que abraço e nos meus braços se enrolam a me Enfeitar.

Despontam Tempestades e Trovões.
A Fúria dos Vulcões.
E dos Reis Vermelhos que se permitem me amar.

Entre o Sertão, a Mata Verde e o Aço.
Faço
Do sangue coalhado da minha ferida.
Um novo Cemitério de Ilusões
Paixões
E Poesia.

Sobretudo vida
Sobretudo vivo sobre
Tudo.

Sobretudo.
Água que é infinda.
Água que não se represa.

que não se governa ou manda governar.

quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Imensidão


A Mata, O Rio, O Mar...
Toda Retidão dos que são Reis.
E eu.
Diminuta a desejar cada Respiro.
Suspiro.
Gemido.

Seu.

Em Silêncio.
Secular.
Primo.
E Gososo.

Teus Dedos de Invasão.
Nos meus dias de tora.
Torá.

Enfim.
Fim.

Da Tapioca.
De Mim.

segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Hoje











Tenho toneladas de sal sobre a minha pele.
Não posso ser Água assim machucada.
Não posso ser Nada.
Não Vivifico.
Não Fortaleço.
Sobrevivo de Espasmos Áridos.
E Lutas Alcoólicas. 

sábado, 17 de setembro de 2016

Para o lado de lá


Minerva e o Centauro - Sandro Botticelli


Digo ao Céu e todas as Estrelas, e todas as imensas Galáxias coloridas
Que não quero ser amada, mas mesmo assim espero.
Uma boca que me derreta em Lava.
E uma boca que me queira, eu sendo a Bruxa que sou.
A Lua desvairada, sempre Oeste.
Coruja viciada nas fumaças do Momento.
Eu só queria acabar com meus dias de frio e azedume
De guerras e pedradas.
De distâncias programadas.
Queria mesmo esquecer que sou tão Água.
Que te arrastei para outros Oceanos.
Para o lado de lá.
Digo ao Sol que me esqueça.
Sou espera Noturna.
Sou a virgula.
O não.
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quarta-feira, 14 de setembro de 2016

#6


Ainda desejo o corpo calado.
Ao meu lado.
Raiaram Sóis e sois...não há.
Me feriu a  Adaga  Mestra.
Tirou de mim.
O vôo livre.
E Coruja Silênciosa.
 Velha
 me moldou.


Não sou alegre.
Não sou triste.
Sou refém.


segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Ira

Quando ouço tua voz de Cão, 
ainda insisto.
Me dobro, desisto.
Você é aquilo que toda a razão diz não.
Você é : Resisto!
Boca, sorriso e voz a quem nunca vou dizer não.
O silêncio foi sua injustiça.
Sua boca minha forca.
Minha forca...

Mais

Mais uma vez mais agarras esses teus dedos verdes de olhos em mim.
Sim.
Olhos de madeira clara.
Corpo de deleite negro.
Arco, flecha, eu o alvo, tudo.
Saímos de nossos eixos.
E eu perdida no furacão, só pareço fútil.
Inútil.
Perdão por ignorar seu corpo.
Todos os caminhos...
Não foi também sua medida.
Não és rocha ou madeira.
Mas Fogo imenso.
Fogo Imenso.
E por isso teu cheiro verde
Mato Verde.
Insisto?
Não.

Mais

Mais uma vez mais agarras esses teus dedos verdes de olhos em mim.
Sim.
Olhos de madeira clara.
Corpo de deleite negro.
Arco, flecha, eu o alvo, tudo.
Saímos de nossos eixos.
E eu perdida no furacão, só pareço fútil.
Inútil.
Perdão por ignorar teu corpo.
Todos os caminhos...
Não foi também sua medida.
Não és rocha ou madeira.
Mas Fogo imenso.
Fogo Imenso.
E por isso teu cheiro verde
Mato Verde.
Insisto?
Não.

domingo, 4 de setembro de 2016

#5

A verdade de todo assunto é que o Carcará não quer conta com a Coruja.
Hoje ela chegou perto.
Mas é tudo ilusão.
Seus cabelos muitos ela só pode cheirar.
De longe, a miúdo.
E ele fugiu.

O que dela feito foi.
Ilusão.
Desilusão.
E um tapete de flores brancas.

Você Carcará?
É penumbra e vive sem par.
Você tem É medo de mim.
Esconda-se o quanto puder.
Quiser.
Você tem É medo de mim.

Esconda-se homem que voa.
Que coa o melhor de mim.
Esconda-se a Cuca vai te pegar.
Homem do Sertão? Não!
Disse ele a dez pontos negar.

Carcará.
Carcará.
Ouça-me.
Mesmo que do chão.
Sou loba, onça, pantera, monção. 

sexta-feira, 2 de setembro de 2016

#4

Teus olhos tão vagos quanto o mar.
Apareceram no meio do meu caos do dia.
Uma solidão.
Tão castanhos quanto posso suportar.
Cabelos sempre desgrenhados.
Grudados na pele do teu pescoço.
Que me gusta tanto
E uma camisa verde, desavergonhada com cara de ayer.

Eu quero suas pupilas
E não adianta dizer não.
Quero suas mãos prudentes de quem morreu de amor um dia.
Descontraladas
Em mim.

Porquê tanto cuidado?
Tanto Chorare?
Tanta Não-Vida? 

A minha poesia é ruim
Esse é o porquê?

Equeça minhas palavras 
Escolha minhas mãos.
Não?

Repita mesmo quem é você?
Brade e grite de ira.
Com sua voz tão, mas tão Ave de Rapina.
Que eu, Coruja.
Sei no fundo que você sempre não

sábado, 27 de agosto de 2016

#3


Garden in Bloom - 1933
 Max Beckmann

Aves de Rapina que somos
Porque não voamos logo e longo?
Atravessando os 7 céus
Até estrelas siderais

Porque não nos desgarramos logo?
Desse chão quebrado de seca
Desse chão duro que não nos deixa enterrar os mortos

Voemos sobre as queimadas
Voemos sobre as cinzas
Voemos sobre os pobres oceanos moribundos
Voemos sobre a indelével miséria humana
Voemos sobre os cacos...

Flamejemos até a asfixia,
da Loucura
da Liberdade
da Paixão.

sexta-feira, 19 de agosto de 2016

#666

Meu amor por ti levantou-se com os Oceanos.
E nunca mais dormiu.

quinta-feira, 4 de agosto de 2016


Szerelem,
Szerelem.


Márta Sebestyén

terça-feira, 2 de agosto de 2016

Coração Cego



Todos os dias ele palpita forte e trêmulo.
Manhã.
Inverno.
E me saber viva mais uma vez dói.
E dói no corpo inteiro.
Queria algo de veludo.
Algum escudo.
Uma coisa macia para mim.
Tantas pedras se acumularam em minhas mãos.
Tanta correntes em minhas pernas e braços.
Vago no desespero do escuro.
Na Mata Escura.
Vago somente com os relâmpagos dos fantasmas.
Tateio assim pesada os espinhos que me rodeiam.
Caminho e continuo pelo bicho que há em mim.
Cega, completamente cega.
Ele palpita forte a matar minha carne de predadora
É uma Rainha uma Leoa Cega?
Coração que grita a anunciar que a vontade já morreu.
Coração que cala e resigna.
Pedras e seca foram as heranças que sobraram.
Escombros.


sábado, 30 de julho de 2016

Sobre o desejo #1

Eu te queria reto.
Centimetro a centímetro com minha virilha.
Olho a Olho.
Boca a Boca.
E todos os outros seguindo nossos passos.
Nossos movimentos.
Eu te tive centímetro.
E com meus cílios de Deus beijei tua face.
E afastei minha boca e te disse mudo:
-Eu te quero mais.
-Eu te quero mais.


sexta-feira, 1 de julho de 2016

#2




Você já se foi desse mundo
Acendeu ao céu
No funil de suas dores.
Incendiou a noite.
Atravessou o mundo.
Para.
De pé ser comido pelo Sol.
Casa-Origem.


Você já se foi desse mundo
Tão antiga sua boca
Rasgada inevitavelmente de ira.
Gritou o dia.
Sorveu muitos idiotas
Para.
Mordida ser silenciada.
Luxúria.
Vício-Origem.


Você já se foi desse mundo.

E eu insisto em te querer aqui embaixo. 
Me lançando seu ares.
Garras e bico.
Comendo meu fígado.
Aos pouquinhos.
Porquê?

domingo, 26 de junho de 2016

Inquebrantável


Unos Cuantos Piquetitos
Frida Kahlo


Sou mãe de sonhos outra vez
Força e potência.
Força e potência. 
Vulcânica.
E Salobra.
Calor da profunda loca de pedra.
Abrigo de muitas de mim. 
De tantas.
Sóis.
Lençóis.
E até de Adagas que arranco sempre de minhas costas nitidamente Imortal.
Sou mãe de sonhos de vez.
E soberana da primeira primavera da Terra.
Sou Mãe das Algas Marinhas.
De todas as Algas Marinhas.
Tetis inquebrantável.
Olhos de Água.
Mãe de Aquiles.
Fúria.
Pré.
Odisseu.
Sou mãe de todos os sonhos possíveis.
Os Cauris beijão minhas saias.
No palácio primevo.
Sou mulher, água, raiz, matriz, inicio, meio e fim....

sexta-feira, 3 de junho de 2016

Poesia Inacabada

Volubillis - Marrocos

Sei.
Apenas sei.
Por aquilo que me come, reverbera.
Que minha voz grave, grave que sou...
Ecoa quente, ainda e agora, nos seus poros.
Que minha palavra luxuria, ousada que sou,
ainda te levanta os pelos.
Pelo, suor, saliva, uivo.
Sei.
Apenas sei.
Que mesmo sendo teu infinito cheio de concreto.
Estrada a fora.
O meu cheiro de água e jasmim ainda goteja em tuas narinas.
Sei.
Apenas sei.
Que preencho o volumoso quarto do teu passado.
Com indelicada dor.
Com vermelhos que não são meus.
Com palavras de metal...
Sei.
Apenas sei.
Que ainda que luxuria.
Esconde-te de mim.
Por tudo de vil.
Esquece-te de mim.
Mesmo não me devolvendo o mel.
Mesmo não me devolvendo o brio.
A Paz.
És armadilha da armadilha.
Cruel.
Poesia Inacabada.
Beleza sem ponto final.
Saudade que não aconteceu.
Amor que nunca foi meu.



quinta-feira, 2 de junho de 2016

Cavalos do Tempo


Panteão- Roma

Não há como correr atrás dos cavalos do Tempo.
Não há porquê.
O dever é você sarar.
Cura é coisa definitiva.
Não há que deixar virar vírus.
Vírus-vampiro.
Aquiete o peito.
Respire.
Pense melhor e...
Se você não achar solução alguma,
quebre tudo.
Deixe seus cacos aos cavalos do Tempo.
Eles vão continuar passando.
E aquilo que te ardia-paixão.
Vai virar vento.
Moído no chão.
Assim...
Sujeito-passado não espere meu sorriso.
Ele jaz.
Corte reto, retado, retumbante e definitivo.
Cavalos do Tempo, passam e devoram tudo.
Até mesmo pássaros.
Até mesmo lobos.
Sobrevivemos nós leoas, corujas e vacas de divinas tetas.
Que corremos com os Cavalos do Tempo, na chuva.
É inverno na Terra da Fantasia.
Temos frio.
Mas todos nós os Selvagens.
Não desistimos nunca de correr.
E bebemos litros de palavras e salivas e cachaça.
Temos frio, mesmo Selvagens.
En-Fim.

segunda-feira, 30 de maio de 2016

La Sangre

O coração que me acorda em chamas...
E salta, assim pela boca.
Você, dizendo que não vem...
As minhas Veias abertas, em forma de Poeira e Sujeira.
Na Alcoba Azul, donde nunca fuímos contentos.
Onde nunca mais seremos...
O Sangue do dedo cortado por latas de comida para Cachorros.
Eu matando meus Filhos...
Mudos e perenes como a maioria de nossos dias juntos.
Sobrando somente o granir, o latido.
Sobrando somente eu e meus olhos de Coruja desdichada.
Nos EX-combros.
Nas Veredas.
Na Boca do Gigantesco Vulcão.
Acordando, caminhando e cantando.
Em chamas.
Na lama.
E com Anjos na cabeça dançando tentando explodir minha vida ordinária...

quarta-feira, 11 de maio de 2016

Soberana

Saibas desde então, desde entones que serei soberana do meu desejo.
Que cansei de cerimônias e abomino rótulos.
Sou o Caos em Combustão-Aquática.
Destruição. Extinção.
Bruxa um pouco sim, pero no mucho...
Podes me imaginar dona de Pirâmides?
Ou me abominas, eu tão sem cuidado e rima e sem qualquer preocupação...
Ando tão Kierkegaard, quando minha natureza é da cepa de Nietzsche.
Caim por opção.
Quero esquecer todos aqueles que não me amaram.
Quero nadar Mar adentro de mim.
Eu tão dourada e fria agora.
Eu tão em pânico por adaptação
Esqueci-me bicho, achei que era tudo certo.
E os prédios de toda Baixada Santista caíram em cima de mim.
Eu corri.
E me escondi no calor dos meus dias.
Bahia.
Sobrevivi e Soberana decidi caçar seus pés de Harpia.
Não é possível que flanes quando teus olhos são tão pesados.
Plumbo.
É possível que a estrada nos falte?
Continuarás flanando gracioso a me torturar e eu tão bandida.
Quero fogo e feno.
Tive instantes de teus cabelos e migalhas da tua boca.
Porque?
Tão desnecessariamente Kierkegaard, podendo ser tão Diderot...
Outra vida Brilho do Sol.
Somos todos recém-nascidos.
Acredite.

domingo, 8 de maio de 2016

Anjo Carcará


Como pluma, anjo aborrecido senta com os pés na cadeira vermelho sangue.
Anjo?
Assusta-me sua boca engolidora de sonhos.
Assusta-me porque já a quero...
Carcará vaidoso.
Que estufa o peito mas ainda flana, ágil como toda ave de rapina...
Pressinto carnificina.
Minha pele e razão em perigo, meu fígado comido e regenerado...
Um Castigo-Prometeu, de não esquecer jamais teu cheiro de sol.
E cachaça.
E ira.
Anjo Carcará sumiu.
Desapareceu nos Sertões que carrega em seu próprio peito.
E não quer posar pra mim...
Ave mortal.
Deixou a mulher Coruja, sozinha, querendo antropofagia.

domingo, 3 de abril de 2016

Minha boca, só minha boca...

Minha boca não carrega qualquer lucidez, ou parcimônia, ou angústia... 
Ela é lusco-fusco, tímida, algodão e sangue de tuas mordidas.
Nada mais.
Period.

terça-feira, 29 de março de 2016

Enquanto não me enxergas...

Você é tão engraçado...
enquanto dorme acreditando que meu corpo é amaldiçoado
Lilith.
Meu cheiro pecado.
Original.
Você é tão engraçado 
porque não acredita que sou de outra galáxia.
Nem imagina.
E me trata como gado normal.
Tanta paranóia com o que é selvagem.
Não estava mais aguentando?
Reze ao céu.
E esqueça a mata que te constitui.
De costas ao fogo.
Ao vento.
Deixe-me queimar labareda dourada
Ardendo.
Enquanto sentes o desejo e o calor.
Vá...fique de costas.
Sou mesmo vaso ruim.
Coruja.
Serpente.
Fuja antes que meu corpo exploda em lava.
E pedra púrpura.
Almíscar.
Lavanda.
Água-de-Flor

domingo, 27 de março de 2016

Só ontem...

Ontem li uma poesia na noite estrelada.
Estalada.
Ligeira.
Orei pela palavra.
Namorei ela.
Amei.
Me deitei e deleitei inteira.
Língua.
Portuguesa.
Fui livre enquanto segurava o pandeiro simbólico.
Da minha vida.
Mas liberdade é ave rara.
Coisa cara.
E precipita indagação.
Indignação.
E solidão.
Ontem li uma poesia que não era minha.
Porque minha poesia é crua e violenta
Porque eu não queria que me vissem viva.
Ontem li uma poesia que não era minha porque gosto de ser mistério.
Acredite você, serei sempre mistério.
Ebulição.
Ontem li uma poesia na noite estrela.
Estalada.
Para gritar com você.
Gritar toda minha carne.

sexta-feira, 25 de março de 2016

Imagina...

Porquê tantos soluços e engasgo...
De ódio.
Solidão.
Dúvida.
Porquê tanta preocupação?

Porquê você quer um rio que corre manso se você pode descer a corredeira todo dia... vivo?
Embarca na Floresta da Lua.
Viaje macio na minha pele
Desça em meus seios
Como rei...

Mas e daí?
Você me deixou na cova.
Aos Leões abandonada.
Sem nunca esquecer meu nome.

Você dorme e sonha comigo...
Negando minha paz.

Acorde.
Acorde.
Homem-Ambar.
Pele-Damasco.

Abra seus olhos e me encare profundo.
Monte-me, sua égua que tenho que ser.

Esqueça o tempo e meça o suor que escorre até nossas bocas.
Puxe meus cabelos, eu puxo os seus...
Segure-me como se eu fosse a última montanha no mundo ante o dilúvio

Di-Lu-Vei-Me.
Veludo.

Di-Lu-Vei-Me.
Vai?

Esperei dias e galáxias inteiras.
Só para você reparar nos meus pelos...
E nada.

domingo, 20 de março de 2016

Espumas Flutuantes

Espumas de tudo.
Castro Alves, amado, mas mudo.
Espumo o ar.
Flora, fígado, tudo.
Espumo você.
Espumas flutuam.
Mudo.
Tenho sonhos úmidos.
De ti.
Esqueço de comer.
Esqueço de esquecer.
Esqueço confuso.
Lábios.
Boca.
Mudo.
Tenho sonhos de chuva.
Tardes na estratosfera.
Dos teus pelos.
Tardes com cheiro verde.
Mato verde.
Passos na escuridão.
Mata Selvagem.
Mata Selvagem.
Espumo o ar.
Flores, floriculturas, agriculturas, tudo.
Me esqueço de te esquecer.
Esqueço confuso.
Olhos.
Sombras.
Boca.
Mudo.
Tenho sonhos de amanhã
Sempre o amanhã.

quinta-feira, 17 de março de 2016

Teus sapatos de Gueixa

Macia pele da serpente
Suas escamas ainda estão na minha boca
E na minha doente mente.

Tua Grega-Razão.
Teu perfume ocre.
Teu jeito de andar.

Ontem...
Sim ontem.
Parece que foi ontem de tanta dor que sinto.
Acordei de um pesadelo.

Lembrei logo de seus sapatos de gueixa.
Da obra de arte que é tua existência.

Lembrei dos teus olhos de coruja, 
Cria de Athena que és.

Lembrei da tua voz me pedindo para ficar.

Tudo, tudo.
Tudo tão ontem.

Que coma foi esse que me manteve presa assim à escuridão?
Que vento foi esse que passou?

Não importa.
Teus olhos cintilam em minha memória novamente.
E tua sabedoria...
Reverbera.

segunda-feira, 14 de março de 2016

Canto a Poesia

Mesmo aqui do canto,
te canto.
Canto do quarto.
Canto da Sala
Tudo escuro
Ar impuro.
Sussurro.

Te canto poesia.
Tu lingua minha.
Ingua.
Te canto e durmo contigo todo dia.
Todos os poros da minha vida.

Mesmo aqui do canto.
te quero.
Entre trapos de amor.
Pedaços de mim mesma.
Trincheira.
Carro.
Corpo.
Bomba. 
Sangue.
Tudo.

Tudo.

Te canto po e sia
Te quero minha.
Para sempre.
Amém.

Te canto e tu me acalanta.
com tua beleza gritante.
Gigante.
Poesia...

sexta-feira, 4 de março de 2016

I can't leave you

...but my history is true and,
I will never... be the same again.   

terça-feira, 1 de março de 2016

Caos e Solidão!

Você fala de ontem do caos da vida
Você fala de antes do zero partida
Você fale de zêlo quando hei-lo perdido.
Você azul como um blues escondido

Você dá na minha boca
aquele gosto de ácido.
aquele medo de mel.

Você dá na minha boca
aquele gosto amargo
tão amarelo de fel...

Tu, eu, tudo junto...
Tudo igual
Normal

Eu. tu, um sem outro.
Sem encontro.
No breu.

sábado, 9 de janeiro de 2016

Go to Hell

Me arrenbendo contra a parede, bato em tudo, estrago tudo, destruo tudo, mancho e sujo tudo. Me lambuza a lama e continua a me desfazer a doença que me plantaram sem licença... De peito estraçalhado e pernas em chamas... Maldigo teu nome, quebro seu armário, tento em vão te fazer me notar, ofendo quem nem sabe quem eu sou, magoo, magoo... A podridão já cheira. Agonizo expelindo raiva pelos poros. Minha cabeça é um navio de mágoas, me fazendo tonta e perdida e todos me dizem... segura a onda... Como? Se em mim já se faz um tsunami. Como? Se meu corpo já não aguenta. Como tirar a Nina raivosa de mim, acordo no meio da noite com Dambala fazendo meus ossos tremerem por justiça... Acordo pela manhã e Go to Hell vira meu mantra...