segunda-feira, 30 de maio de 2016

La Sangre

O coração que me acorda em chamas...
E salta, assim pela boca.
Você, dizendo que não vem...
As minhas Veias abertas, em forma de Poeira e Sujeira.
Na Alcoba Azul, donde nunca fuímos contentos.
Onde nunca mais seremos...
O Sangue do dedo cortado por latas de comida para Cachorros.
Eu matando meus Filhos...
Mudos e perenes como a maioria de nossos dias juntos.
Sobrando somente o granir, o latido.
Sobrando somente eu e meus olhos de Coruja desdichada.
Nos EX-combros.
Nas Veredas.
Na Boca do Gigantesco Vulcão.
Acordando, caminhando e cantando.
Em chamas.
Na lama.
E com Anjos na cabeça dançando tentando explodir minha vida ordinária...

quarta-feira, 11 de maio de 2016

Soberana

Saibas desde então, desde entones que serei soberana do meu desejo.
Que cansei de cerimônias e abomino rótulos.
Sou o Caos em Combustão-Aquática.
Destruição. Extinção.
Bruxa um pouco sim, pero no mucho...
Podes me imaginar dona de Pirâmides?
Ou me abominas, eu tão sem cuidado e rima e sem qualquer preocupação...
Ando tão Kierkegaard, quando minha natureza é da cepa de Nietzsche.
Caim por opção.
Quero esquecer todos aqueles que não me amaram.
Quero nadar Mar adentro de mim.
Eu tão dourada e fria agora.
Eu tão em pânico por adaptação
Esqueci-me bicho, achei que era tudo certo.
E os prédios de toda Baixada Santista caíram em cima de mim.
Eu corri.
E me escondi no calor dos meus dias.
Bahia.
Sobrevivi e Soberana decidi caçar seus pés de Harpia.
Não é possível que flanes quando teus olhos são tão pesados.
Plumbo.
É possível que a estrada nos falte?
Continuarás flanando gracioso a me torturar e eu tão bandida.
Quero fogo e feno.
Tive instantes de teus cabelos e migalhas da tua boca.
Porque?
Tão desnecessariamente Kierkegaard, podendo ser tão Diderot...
Outra vida Brilho do Sol.
Somos todos recém-nascidos.
Acredite.

domingo, 8 de maio de 2016

Anjo Carcará


Como pluma, anjo aborrecido senta com os pés na cadeira vermelho sangue.
Anjo?
Assusta-me sua boca engolidora de sonhos.
Assusta-me porque já a quero...
Carcará vaidoso.
Que estufa o peito mas ainda flana, ágil como toda ave de rapina...
Pressinto carnificina.
Minha pele e razão em perigo, meu fígado comido e regenerado...
Um Castigo-Prometeu, de não esquecer jamais teu cheiro de sol.
E cachaça.
E ira.
Anjo Carcará sumiu.
Desapareceu nos Sertões que carrega em seu próprio peito.
E não quer posar pra mim...
Ave mortal.
Deixou a mulher Coruja, sozinha, querendo antropofagia.