domingo, 11 de dezembro de 2011

A cabeça simplesmente dói

A cabeça de tanto fritar, dói.
Dói.

Essas asas de anjo revoltado pousando sobre a cabeça tão doída.
Aí!
Dói ser elemento.
Em transformação...................................................................................................................

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

...

Queria mudar meu português para falar com você...
Na verdade eu bem que podia jogar todo ele fora, 
só para falar adequadamente com você.

Com todo o rebuscar que uma mente reta pode apresentar.
Toda reta.
Linhas e linhas na perfeita direção do resto do mundo.

A minha lingua não consegue falar.
Tão impossível, tão efêmera.

Emoção é pavio.
Palavras explodem de mim por todo lado.

Partículas serão capazes de me fazer, ao mesmo um pouco, linha reta?

Queria mudar a minha cara tépida,
minha vida tépida
e certamente voltar a fumar.

Mas o verbo anda fraco, tímido.
Te enxergo através do vidro...
Mas.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

domingo, 20 de novembro de 2011

Domingo sem água!

Passar meus olhos por estepes, secas, pinheiros, mangues, manadas...E escrever?
Praças, casas, ruas, avenidas e tendas...
Tomei um chá de hortelã com um rapaz marroquino numa casa de especiarias,
e foi o cheiro dele que ficou, apesar de todas as outras incandescentes notas!
Não posso, nem consigo falar das flores!
Essa, é beleza que introduzo em mim pelos poros, pelos brônquios, pela visão...
Ao contrário, falo daquilo que não absorvo por completo.
Você, seu calor, sua pele de seda comestível.
Falo da beleza dos gregos,
daquela perigosa e que exige oferendas.
Falo do que não posso tocar,
porque tudo que toco, acaba virando meu.
Recordo do teu cabelo escuro e das tuas mãos pequenas,
cheias de pressa e fuga.
E também... dos nossos narizes nas nuvens!
Kkkkk!
Nas nuvens!

sábado, 19 de novembro de 2011

É sábado na Bahia da Píton #1

Arde novamente em mim o desejo...
O desejo de nada ser, sendo lastimávelmente alguém com um passado.

Queria pagar minhas dívidas, mas como um Ulisses pós-moderno, pós-feminista....
Devo atravessar Poseidon, gigante e invariável.
Sem Penélope no fim do caminho, nem manta, nem reino, nem nada.

Grande o homem sem passado.
Como um pássaro.
Me leve, ridículo, homem-pássaro!
Me leve pássaro!

Fogueiro!

Como te queria em minha cama agora...E pensando bem, não é bem na cama que te quero agora, mas em mim!
Volumoso, preênchendo tudo.

Como te queria em mim agora...
E sentindo bem, não é bem dentro que te quero sempre...
Mas em arrancadas, dentro e fora!

Como te queria me sufocando...
Me enchendo de gemidos e uivos que nem Ginsberg entenderia, quereria talvez...
Poderoso como sempre, com sua voz e boca.

Dentro e fora!
Dentro e fora!

Como te queria...
Pelo menos perto...
Para sentir teu cheiro de canela-Gabriela.
Cor de crepúsculo.
Índio-estrangeiro.
Fogueiro.

Onde estás?
Onde estás que não responde?

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Atlântico para sempre.

Atravessar mais uma vez o implacável oceano,
e cair em Terras Ancestrais.

Minha voz ecoando, Eva curiosa que sou...
Entre dólmens, castelos, torres, mosteiros e luz espectral, espetacular...
Cartas "avoando" em todo canto na Terra dos Descobridores.
Cintilando como pode.
Cintilando.

Quantas palavras viciantes vagueiam por esse Atlântico.
Viciantes e preciosas.
Tenho parte em cada gota não se esqueça!
Palavras são papoula para escravos do mar, viciados em beleza.

E encontros.
Cartas do Atlântico...

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Desejo

Faço poemas às 06:00 horas da manhã de um sábado para você sem perceber.
Lembro do teu cheiro e da quantidade de pêlos do teu antebraço.
E da luz que atravessou teu rosto quando vinhas em minha direção naquele inverno.
Foi nesse dia que eu soube que tua boca me perseguiria para todo sempre.


E, é claro, o gosto que nunca senti dela.
Adormeço e acordo todo dia sem qualquer perpectiva de esquecer da tua eletricidade.

Foi o betume dos teus olhos que me cobriu de aveludada memória.
Não importa o entorpecente que eu use.


Tua pele como creme de chocolate que fala gritando para o meu corpo todo.
Que sucumbe malicioso dominando a razão e o tempo.


Faço poemas às 06:00 horas da manhã de um sábado para você sem perceber.
Porque graças ao meu corpo que resolveu vir ao mundo para sentir tanto, mais tanto!
Tudo em você está comigo a hora que decido.

Embora nunca possa decidir quando dissipar o desejo.

Derivando à deriva, parte 1.

Não podes me cutucar sequer uma cutícula...
Não és sequer mais que algo branco e pálido.
Tecido morto, nada mais.

Tantas palavras inutéis e impensadas.
Tanta ofensa de minha parte.

Sou papoula e tudo, como as idéias que me povoam.
Corroem.
Carne e pólvora de festa.

Sou um micróbio excitado com tanta novidade.
Alegre, curioso.

Deixem-me vagar por suas bibliotecas.
Púrpura e tecido morto.Com cheiro de lavanda, nada mais.

Papôulas são para reis ou sacerdotes e eu...
Eu...
Sou apenas carne-papôula e púrpura-sede.
Sem grandezas de mil homens.

Deixe-me vagar pela Terra
Doce homem comum. 
E pelo corpo da Terra e por tudo.


Sou pássaro ancestral!
Livre.

domingo, 4 de setembro de 2011

À mulher do pano branco.


À mulher do pano branco.

Àquela que ontem e sempre sacudiu tudo.
À filha do Homem!
Que do mar fez calmaria.
E do grosso casco do crustáceo, limo que queime a pele...

Veste seus braços de renda morta
E de alga viva.
Carrega nas mãos, as pérolas de todos...

Não é da Mãe que falo, mas do Pai em filha.
Que todos os deuses pais uranianos me perdoem.

Ela me rende com seus pés de rosa.
Na minha boca, no meu dorso, nos meus pelos e em tudo.

Que todos os deuses pais uranianos me perdoem.
Logo eu...que chorei no muro maior, da minha gente mais triste.
Te quero dama branca,mais que tudo!!!
E abandono tudo por tua saliva!

Somente por tua saliva!

domingo, 28 de agosto de 2011

Labareda


Não consigo olhar o fogo sem lembrar que és fogo também.
Fogo sagrado que lambe minhas pernas e meu juízo.
Que saudade de teu cheiro de Diabo.
Pólvora e maldade.
Pólvora e suor.
Pólvora e cigarro.

domingo, 31 de julho de 2011

Quem és tu vaga-lume?

Diz logo quem és tu, nem que no mínimo!
Sabes muito bem das limitações de quem vive o futuro,
ouço o seu bater de asas, mas nada!
Tenho raiva e curiosidade.

Tenho imagens não-nítidas e náuseas transbordantes.

Tenho novamente um copo de uísque nas mãos, ha!háaaa!!!

Francesca Woodman



Apresentada por Marcelo Ariel em seu Blues : http://ouopensamentocontinuo.blogspot.com/

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Nunca percebi!

Nunca percebi que teus olhos foram, são minha perdição...
Nunca percebi o grunido, dizendo não, da tv incontrolada.
Nunca percebi o quanto fui estúpido e tampouco o quanto és bela.

Diva, diva, diva....
De cabelos queimados, feito deusa do fogo que és...
Quero deter-me, mas te amo!

Fique comigo fogo-queimada!
Destrua todos!

É esto que no quiero, que no puedo!

Yo necessito mirar
Mirar tu olor de río, sal sin gusto
No puedo hablar nada
No puedo hablar a nadie.
Nudo.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

É você!

É você que de bunda de fora me diz bom dia, todo dia.... que pertença ao tempo indecoroso que se perpetuou entre nosostros!!!!
Nosostros y ustedes....
Nosostros yyyyy ustedes!

Quando?
Quando?
Quando avistaremos os últimos espermatozóides de perna na terra?
De perna?
Perna toda de fora!!!kkkkk!!Uuuuhgaaaa!

Eu que não era...sou!

Eu que não era mais do que vento, alecrim, chão e vermelho-sangue.
Broca de sangue coagulado e rubi.
Rubi-brilhante.

Sangue que não posso mais ser ou quiçá tomar.
Não tomo sangue.
- Eu não tomo mais sangue.
- Haja sangue de inseto. Haja sangue no teto.

Eu que sou mais que carne grande.
Sangue úmido e culpado:
- Que culpado! Que culpado!

Queria comê-lo muito.
- Quero comer o anjinho logo!

"Me sinto mais inteira
No meu caminho
Nessa companiaaaaa." - Roberta Sá canta....

Sem capacidade, só muito opaco-cinza.
Branco, branco, branco, ............

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Não tenho mais tanta vontade

Aqui jaz agora meu eu.


Aqui jaz meu rosto sufulrado de desejo,
que deve esconder-se,
na escuridão circular
da caverna dos segredos...


Aqui jaz a carne embevecida de verdade,
que gozou o Deus dos Grandes Renasceres,
no mesmo sítio de tantos loucos,
para então chegar aos confins da Luz.


Aqui jaz minha boca
e seus últimos suspiros
e sua irritante brancura.
É tempo de morrer.


Bem morrido.


E voltar para Apolo!
Meu Sol afinal.

sábado, 14 de maio de 2011

Agoro que moro no Sol não devo ter medo do escuro!



Agoro que moro no Sol.
Agora que vivo quase dentro dele...
Respiro sal,
logo às 4:30 da manhã, e não consigo dormir até depois das 9...
Não posso mais reclamar da vida!

Sou feliz e azeda.
Azeda de tão feliz!

Volto á Apolo sem lhe dirigir palavra...
Mas me aqueço.
Aqueço.

Meu ser "sem-vergonha" admite essa quentura gostosa.
Essa simplória satisfação.

Não posso e não quero fugir.
Pode ser a última vez.
Pode ser o último porre.

Antes azeda hoje... do que nunca!

domingo, 16 de janeiro de 2011

Bukowski nos deu chute no c.´!

Deu nome àquilo que o cercava de massa estúpida.
A humanidade.

...massa estúpida foi o que me ocorreu depois de tanta verdade sobre nossos pares.

Ele "já tinha visto o circo" e imaginava que seria o  inferno,
nada além do que poesia.

Pretensiosos e seus códigos.

O problema é: 

-Acredite mais nele do que em mim.

Ele me odiaria. Ele me odiaria, sempre. Ele me odiaria. Ele me odiaria, todo dia. Ele me odiaria, o dia.
Ele me odiaria com razão.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Não há nada a ser dito!


Não há nada além de ser dito que amo tudo que vivo, não há nada a ser dito sobre o rito do eterno e do começo.
Nunca vi, tão melhores mares em meu pequenino e simplório horizonte.

Como sempre e cada ano sempre e sempre.

Não vou ousar choramingar, quero devorar o mundo.
Não quero perder um segundo, quero mesmo ir... e somente.