terça-feira, 18 de outubro de 2011

Derivando à deriva, parte 1.

Não podes me cutucar sequer uma cutícula...
Não és sequer mais que algo branco e pálido.
Tecido morto, nada mais.

Tantas palavras inutéis e impensadas.
Tanta ofensa de minha parte.

Sou papoula e tudo, como as idéias que me povoam.
Corroem.
Carne e pólvora de festa.

Sou um micróbio excitado com tanta novidade.
Alegre, curioso.

Deixem-me vagar por suas bibliotecas.
Púrpura e tecido morto.Com cheiro de lavanda, nada mais.

Papôulas são para reis ou sacerdotes e eu...
Eu...
Sou apenas carne-papôula e púrpura-sede.
Sem grandezas de mil homens.

Deixe-me vagar pela Terra
Doce homem comum. 
E pelo corpo da Terra e por tudo.


Sou pássaro ancestral!
Livre.

Um comentário:

Olhapim disse...
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