Não podes me cutucar sequer uma cutícula...
Não és sequer mais que algo branco e pálido.
Tecido morto, nada mais.
Tantas palavras inutéis e impensadas.
Tanta ofensa de minha parte.
Sou papoula e tudo, como as idéias que me povoam.
Corroem.
Carne e pólvora de festa.
Sou um micróbio excitado com tanta novidade.
Alegre, curioso.
Deixem-me vagar por suas bibliotecas.
Púrpura e tecido morto.Com cheiro de lavanda, nada mais.
Papôulas são para reis ou sacerdotes e eu...
Eu...
Sou apenas carne-papôula e púrpura-sede.
Sem grandezas de mil homens.
Deixe-me vagar pela Terra
Doce homem comum.
E pelo corpo da Terra e por tudo.
Sou pássaro ancestral!
Livre.
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