Faço poemas às 06:00 horas da manhã de um sábado para você sem perceber.
Lembro do teu cheiro e da quantidade de pêlos do teu antebraço.
E da luz que atravessou teu rosto quando vinhas em minha direção naquele inverno.
Foi nesse dia que eu soube que tua boca me perseguiria para todo sempre.
E, é claro, o gosto que nunca senti dela.
Adormeço e acordo todo dia sem qualquer perpectiva de esquecer da tua eletricidade.
Foi o betume dos teus olhos que me cobriu de aveludada memória.
Não importa o entorpecente que eu use.
Tua pele como creme de chocolate que fala gritando para o meu corpo todo.
Que sucumbe malicioso dominando a razão e o tempo.
Faço poemas às 06:00 horas da manhã de um sábado para você sem perceber.
Porque graças ao meu corpo que resolveu vir ao mundo para sentir tanto, mais tanto!
Tudo em você está comigo a hora que decido.
Embora nunca possa decidir quando dissipar o desejo.
Um comentário:
Tu, cavaleiro andante,
Desencantada com o encanto do presente,
Ziguezagueias de estrela em estrela,
Qual valquíria em tamanha cavalgada,
Contrarias a ordem, nesta desordem vigente.
Fazes poemas de desejo, electrizada,
Por esse sol que te possui e tem tomada.
Pirilampo
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