domingo, 26 de junho de 2016

Inquebrantável


Unos Cuantos Piquetitos
Frida Kahlo


Sou mãe de sonhos outra vez
Força e potência.
Força e potência. 
Vulcânica.
E Salobra.
Calor da profunda loca de pedra.
Abrigo de muitas de mim. 
De tantas.
Sóis.
Lençóis.
E até de Adagas que arranco sempre de minhas costas nitidamente Imortal.
Sou mãe de sonhos de vez.
E soberana da primeira primavera da Terra.
Sou Mãe das Algas Marinhas.
De todas as Algas Marinhas.
Tetis inquebrantável.
Olhos de Água.
Mãe de Aquiles.
Fúria.
Pré.
Odisseu.
Sou mãe de todos os sonhos possíveis.
Os Cauris beijão minhas saias.
No palácio primevo.
Sou mulher, água, raiz, matriz, inicio, meio e fim....

sexta-feira, 3 de junho de 2016

Poesia Inacabada

Volubillis - Marrocos

Sei.
Apenas sei.
Por aquilo que me come, reverbera.
Que minha voz grave, grave que sou...
Ecoa quente, ainda e agora, nos seus poros.
Que minha palavra luxuria, ousada que sou,
ainda te levanta os pelos.
Pelo, suor, saliva, uivo.
Sei.
Apenas sei.
Que mesmo sendo teu infinito cheio de concreto.
Estrada a fora.
O meu cheiro de água e jasmim ainda goteja em tuas narinas.
Sei.
Apenas sei.
Que preencho o volumoso quarto do teu passado.
Com indelicada dor.
Com vermelhos que não são meus.
Com palavras de metal...
Sei.
Apenas sei.
Que ainda que luxuria.
Esconde-te de mim.
Por tudo de vil.
Esquece-te de mim.
Mesmo não me devolvendo o mel.
Mesmo não me devolvendo o brio.
A Paz.
És armadilha da armadilha.
Cruel.
Poesia Inacabada.
Beleza sem ponto final.
Saudade que não aconteceu.
Amor que nunca foi meu.



quinta-feira, 2 de junho de 2016

Cavalos do Tempo


Panteão- Roma

Não há como correr atrás dos cavalos do Tempo.
Não há porquê.
O dever é você sarar.
Cura é coisa definitiva.
Não há que deixar virar vírus.
Vírus-vampiro.
Aquiete o peito.
Respire.
Pense melhor e...
Se você não achar solução alguma,
quebre tudo.
Deixe seus cacos aos cavalos do Tempo.
Eles vão continuar passando.
E aquilo que te ardia-paixão.
Vai virar vento.
Moído no chão.
Assim...
Sujeito-passado não espere meu sorriso.
Ele jaz.
Corte reto, retado, retumbante e definitivo.
Cavalos do Tempo, passam e devoram tudo.
Até mesmo pássaros.
Até mesmo lobos.
Sobrevivemos nós leoas, corujas e vacas de divinas tetas.
Que corremos com os Cavalos do Tempo, na chuva.
É inverno na Terra da Fantasia.
Temos frio.
Mas todos nós os Selvagens.
Não desistimos nunca de correr.
E bebemos litros de palavras e salivas e cachaça.
Temos frio, mesmo Selvagens.
En-Fim.