sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Da Pele, Da Luz, Do Desejo.


Max Beckmann, Beach Landscape, 1904



Rememoro suas palavras.
Ouço viciada sua voz.
Procuro o Tempo e só hoje vejo que ele caminha a frente.
Muito, para quem é toda Água.
Não devo parar por teus Olhos de Além-Mar.
Descanso desajeitada de mim.
Como toda gente que sente um Calor Impossível no Peito.
Simplesmente Calo.
Melhor assim.
Mulher-Redemoinho.
Salobra.
Imprevisível.
Marinha.
Azul.
SalvarSalvar

Do futuro seco e desgraçado...

O Sol já me governa.
E o Chão tão Vigoroso me aceita.
Respiro Ares, Ares frios.
E em pleno Meio-Dia a Brisa bate a amaciar meu Ódio.
Coisa incorrigível de família.
Amo o que é doce e belo.
E sinto olhos que sou incapaz de esquecer jamais.
Como tequila.
Mas sendo Ave de Rapina.
Sou as que seguem mais, as que querem demais.
Ver o mundo da Lua, do Atacama e do Japão?
Ver o mundo do alto que me fez balão!
Ver o mundo dos grandes olhos dos Pássaros Ancestrais.
Meus irmãos cegos.
Aves de Rapina e Onças Pintadas.

Aves de Rapina.

quinta-feira, 27 de outubro de 2016

*porquê li um poema de Nuno Gonçalves e senti inveja dele

Entre o Sertão e a Mata Verde
Entre o Sertão e a Mata Verde
Entre o Sertão e a Mata Verde

Escorrego.
Líquida.
Á procura do Mar que me faz Tsunami em dezembro depois do Natal.

Escorrego.
Ar.
Á procura da Guerra que me faz Temudjin, o Grande Khan.

Escorrego.
Mel.
Á procura do Ouro que me faz Rainha de Sabá. 

Entre o Sertão e a Mata Verde.
Entre o Sertão e a Mata Verde.
Entre o Sertão e a Mata Verde.

Escorregam coloridas Serpentes
Que abraço e nos meus braços se enrolam a me Enfeitar.

Despontam Tempestades e Trovões.
A Fúria dos Vulcões.
E dos Reis Vermelhos que se permitem me amar.

Entre o Sertão, a Mata Verde e o Aço.
Faço
Do sangue coalhado da minha ferida.
Um novo Cemitério de Ilusões
Paixões
E Poesia.

Sobretudo vida
Sobretudo vivo sobre
Tudo.

Sobretudo.
Água que é infinda.
Água que não se represa.

que não se governa ou manda governar.

quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Imensidão


A Mata, O Rio, O Mar...
Toda Retidão dos que são Reis.
E eu.
Diminuta a desejar cada Respiro.
Suspiro.
Gemido.

Seu.

Em Silêncio.
Secular.
Primo.
E Gososo.

Teus Dedos de Invasão.
Nos meus dias de tora.
Torá.

Enfim.
Fim.

Da Tapioca.
De Mim.

segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Hoje











Tenho toneladas de sal sobre a minha pele.
Não posso ser Água assim machucada.
Não posso ser Nada.
Não Vivifico.
Não Fortaleço.
Sobrevivo de Espasmos Áridos.
E Lutas Alcoólicas.