terça-feira, 29 de abril de 2014

Estou apaixonada...


Jeremy Lipking

Recline Nude Figure

Algo de melancolia

Chuva mansa em áreas tropicais, dão uma certa inquietação.
Inquietação melancólica, agito de melancolia.
O megafone instalado em frente de casa ainda cospe as propagandas de sempre mas...
A tarde cai vertiginosamente no céu chumbo-cinza.
Não há como evitar certa lassidão.
A água e a mata selvagem dentro de mim geram monstros.
Monstros e mais monstros, além da fome que sinto nos meses de abril.
Discrepância outonal?
Ventos malignos?
Ou esquizofrenia?
"Agitos" vários nas redes sociais.
Uns macacos, outros não, outros sem saber como acabar com todo podre preconceito do mundo...
E nada de surgir uma linhazinha "social" por estas bandas.
Nunca serei um Neruda.
Nem Rilke, nem Clarice, nem Keats...
A noite chega e os morcegos que moram em casa também.
E ainda a sensação de dissonância entre meu coração de fogo e minha úmida cabeça.
Alagada.
Molhada de dúvidas.
   

segunda-feira, 28 de abril de 2014

Deus e o Diabo numa carne só

Abracei-te pelas costas e cheirei fundo em seus cabelos...
Beijei tua nuca e senti o calor de teus pelos em meu peito.
Queria que tu amanhecesse em minhas pernas.
Mas nem sempre quando durmo eu sonho.
Tenho pesadelos e muitos.
Sou e tenho uma fome horrenda.
Cheia de dentes e dentes e outra desenfreada insensibilidade.
Dez horas da noite e o Leão não cessa de roer a carne fria.
Morta.
Morta a tanto tempo que não há mais o que falar.
Abracei-te por um momento no sol.
Dava para sentir o gosto... e bem ver a sombras das árvores em nossas peles.
Sonhei sim, um pouco.
Tudo muito vermelho, não azul, como deveria ser...
Mesmo eu reunindo seus olhos e a cena do crime.
Não há paz a vista.
Em mim, Deus e o Diabo numa carne só.
Assista.

Um Leão por Dia

Será a minha comida...
Tenho uma fome horrenda, pythía...
Bob Marley na porta com One Love, aliás que sorte a minha, e eu só penso em matar o Leão.
Morra Leão, morra!
Pare de devorar minhas entranhas aos pouquinhos.
Mate-me se for capaz...
Ou vá logo embora com sua juba ao vento.
Corra para seu deserto.
Uma, umazinha.
De agora em diante será um linha que seja, por dia. 

domingo, 27 de abril de 2014

Vou morrer de ouvir pagode de corno obrigada!

Domingão.
Eu pensando que utilidade teria o amor afinal?
E, de repente o batidão invade minha casa inteira e a minha concentração...
Poluição sonora, mais pesada que o ruído da contemporaneidade.
Rodas, buzinas, vozes de multidão, esta última não necessariamente aconteceria em São Paulo...
Sinto falta de toda essa solidão quando me sinto traída.
Aqui tudo parece carinho, é quente o tempo todo.
Mas a Bahia tem também suas trevas, regadas a leite de coco é bem verdade.
Foi embora o pagodão, minha vontade falou mais alto.
Volto ao trabalho...
Porque tristeza, ainda que tenha que ser dita, não pode ser alimentada.

segunda-feira, 21 de abril de 2014

Dor

A dor é tanta agora que não consigo terminar as frases.
Todo o meu ser dói só de pensar o que pode estar acontecendo a você.
É uma droga e parece que estou viciada.
Temo quebrar o ciclo, dói também pensar nisso
Dói, dói, dói...
Somos, meu caro, ambos escrotos. 
Mas merecemos mesmo toda essa dor?