terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Simples assim.

Simples assim.

Queria deitar uma poesia,
em mim.
Com dedos.
Estrelar tudo.
Gozar profundo...
Despejar o quê "me gusta"...
Inteira.
Âmago com gosto de sangue corrente.
Salgado cheiro de sexo.
E ferro do Vermelho.
Ferro do Vermelho que faz a narina recuar.
Instinto que palpita tudo.
E explode.
Explode num desmanchar de água.

Simples assim.
A idéia.
Ela pode me ter.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Vaidade #1


Detalhe do Perseu e Medusa de Cellini, Praça da Senhoria, Florença

A Derrota Suprema da Vaidade devem ter pensado os Medicis, Cellini trouxe à luz um Perseu implacável !

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Depressão


Nonchaloir - 1911
John Singer Sargent


Eu queria deixar de ser esse papel em branco,
deixar de ser essa depressão...
essa falta de vontade de tudo e esse choramingo ridículo!


Eu queria deixar de ser eu mesma um pouco,

deixar essa roupa de lado e vibrar entorpecida como a maioria em um jogo de futebol.

Eu queria não querer ser eterna e ser assassinada logo...
Ser simples e chula (não a dança, o feminino de chulo mesmo!).
Zumbi como o resto dos serenos "comedores de pizza" que vejo da minha janela.

Eu queria pelo menos pintar os "comedores de pizza".

Eu queria não precisar daqueles "estímulos" pra suportar a dor,
mas hoje em casa sozinha ficou claro para mim, eu preciso!


Eu queria ser modesta e nunca mais cobrir as unhas de vermelho.

Eu queria ter a coragem de ter um filho e não ser mais unicelular.


Eu queria não gostar tanto de rum, porque afinal não nasci pirata,
mas estou presa em casa, com um cálice de bebida doce, por ser "apaixonada" em demasia.


Todo mundo quer ser igual.


Mas eu, eu quero ser no mínimo Van Gogh.


Van Gogh sem cortar uma orelha, é claro!

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Ele parece fraco...

Davi e Golias
Edgard Degas

depois forte, e novamente fraco.
ele é mais humano...
terrivelmente cruel portanto.
apaixonante.

"Querer" o Verbo preferido



 
Queria ser Chuva,
e Cisne...

Touro branco já sou, sem nada a raptar.

Sem nada a raptar.

Não se enxerga mais a beleza,
a todos é comum o medo da sedução.
Todos.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Não tenho nada!

Sol no quarto vazio
Edward Hopper


Eu não tenho nada se não tenho aquilo que queres.
Infeliz.Eu não tenho nada!

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

É? #1



Poesia em fundo negro, 2009

Homens de Pura Pedra,
via escura,
pedra escura,
massa, forma, resitência
"pedregúlea".
Homens de Pedra Pura...
à, à....... toda resitência
"titânia" de pedra pura mesmo!

Sem choro.
O choro vai atrás do homem é claro!
Amanhã.
Amanhã com certeza.

Homens de Pedra.
Não olham pro chão...
sua natureza de "pescoços-finus"
não lhes permite.
Homens de Pedra Pura Retilínea!

Voraz espécie de monstro.
Monstro Homem Perfeição.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Um mês.

É dos olhos que mais me lembro...
do brilho lacrimoso
do último "- eu te amo!"
do "- eu já volto" que eu sempre lhe prometia.

Já volto não cumprido.
Saudade.
Confusão.

É das mãos que mais me lembro...
da perfeita simetria
do último beijo
do "-eu posso?" que eu fazia questão.

É da sensatez que mais me lembro...
da altivez de Colosso,

da certeza de batalhas
enfrentadas até o fim.

É do amigo incrível, único, afinal que mais me lembro!!!

Não há adeus João.

Amo sempre para sempre.

O negro aviso acabou... um mês passou.

(Anjo)

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Sempre correndo de mim.



Aquele que me faz perder o foco.


Xangô arredio...

se apresentando na Catedral,



cidade pedra da Espanha.



quarta-feira, 19 de agosto de 2009

No mês do cachorro louco...

Vênus ao Espelho
Velázquez

Vou pedir pela beleza.
Implorar por seus remédios.


No mês do cachorro louco...
Só passo por aqui.

Corro, corro, corro, do punhal.
Corro,corro.
Corro, corro.

Só passo por aqui.


domingo, 26 de julho de 2009

Eu quero um blog bipolar!

Tripolar.
Quadri
polar.
Enfim...
N-polar.

Mas o negócio tá bravo...
Tá difícil rir e quebar tudo! Esquecer e até cagar pros outros tá difícil.

Tudo é urgente e doi!

O negócio tá bravo!

O fato é que na bagunça, perdi meu charme!

Nem vejo mais Dioníso.
Vênus, aquela vadia... passa longe!
Enquanto o velho Saturno lambe meus dedos dos pés, hambriento, desejoso.

Oh! Fortuna! (Oh! Que Porra!)

Apolo me cega, carniceeiiiro, vingaatiiiivo...
me faz olhar direto pra ele...

Detendo-me.
Grilhões de realidade.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Abismo.


Como sobreviver à massa cinza que o envolve?
Apoderando-se de todos nós.

Como sobreviver à massa “acastanhada” que o come?
Come o ancião tão trinta e cinco ainda.

Como sobreviver à massa cinza que engole o tempo?
Cronos cruel, ensandecido e muito, muito mais faminto.

Como sobreviver à massa buraco-negro do próprio universo?
Constelações se apagando.
Escuridão.

Como sobreviver quando se ama?

Como poetar?

sábado, 11 de julho de 2009

Judith!

Judith e Holofernes
Franz Von Stuck


eu só queria ELA aqui,


- presente nessa toda

esquizofrenia -


-É momento da caÇA-


-neste exato, regada à choppin e sua noturna,

conhecida trIsteza-



forTe... com sua ausência de perfume...

e cheiro de carne,

branca insana.



Sibila sedutora,

vingativa sede de...

de...

JU...

sábado, 4 de julho de 2009

Aí!

As Parcas



que Solidão
branca, insípida...
desnecessária realmente.

é minha opinião.

só porque decidi não pontuar, nem ligar, nem sofrer.

minha conclusão.

que Solidão
muda, sem cheiro...inodora!
dura pra chuchu (xuxu?)

é minha paga.

só porque decidi não excluir, cada erro da língua.

minha conclusão.

que Solidão
chiclete-sem-gosto...
moderna pedra de Sísifo

minha, só minha.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

O Fantasma


Ele me ensinou a olhar todo dia.
Ele disse que há de ser poeta... aquele que poetar todo dia!
pôr no papel.

Mesmo que bruta
pedra.
Mesmo a tudo parecendo vazia.

Ele me ensinou a olhar todo dia,
mas só aprendi com o tempo.
Tentando respirar entre o vômito.

- O "vômito"...poesia engasgada,
embrulhada em cinza...tanta prisão.

Ele me ensinou a olhar todo dia,
e me via Clarice, enquanto eu era ainda espectro.
...silêncio...


Fantasma Ariel!
Fantasma Ariel!

quantas vozes as tuas.

quanta iluminada verdade,
descuidadamente...
esquecida.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Gente Rótulo

Hoje eu tô é passando mal!
De vontade!

Da minha dita "loucura"!
De vontade de mim!

Mim, mim, mim!!!!

-Mais whisky por favor...
- Você sabe o que tá bebendo? Qual porra de whisky que é?
- Tem saber é? A única coisa que sei é que na pior das situações pediria um Cutty Sark, você não acha?
- Você é uma bêbada até que modesta, sabe quanto custa?
- Nunca.
-Ah, tá...
-Gente como você aborrece sabia?

terça-feira, 30 de junho de 2009

Salve aqueles que não tem medo de ver Estrelas!


Acabei de fazer amor com você.
Suguei-te inteiro.
No escuro.

Na cama!
Também e na frente de todo mundo.
No escuro.

A peruca, roupa de profissional...
e tua boca desconhecida da trama
molhado derreter!...humm..

Rápida redenção!
Suguei-te inteiro.
No escuro.

Combustível.... tuas pernas a me apertar...

Também assisto o Filme....passando...
humm...
naquele bar em Potsdam!
No claro mesmo...
Roma, na sombra.... com trânsito e tudo...
humm....
E Sagunto...

Cinema ménage-3D

Até o gosto de Fêmea...humm...e Você
Dioniso!
Sempre, sempre, sempre....

humm...
Dioniso!
como te necessito!
que vício!

Acabei de fazer amor com você....

Atenas e Alexandria


Amimetobion!


Salve as vidas inimitáveis!

Salve aqueles que ousam inimitáveis.


Salve Bressane,

e Negrini Deusa!

Cleópatra


Di-viii-na!


De quando em quando recordo seu sibilo!


Di-viii-na!


Amimetobion!


Salve os que devoram inimitáveis.

Nós!

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Orgulho Minoano.

Aquela palmeira que via da minha janela,na infância,
já não zune mais em pétalas.
Não há paz.

Por quê não há nenhum Goya em minha galeria?
Goya que primeiro amei.
É preciso inverno...

Ardente Minotauro.
O impulso em mim.

Não há paz.
E Goya não é um Bode Cristão!

Touro pagão.
Tauromaquia.
Homem x Verdade.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

É bom que se esclareça

Mudando o tom, do céu, a estação... muda também a galeria. Afinal, mudando os sons, a música urbana, as cores, os cheiros, os humores, por conta do fígado encharcado de vinho, muda, nesse palco, a poesia.


Falando com alienígenas.

Converse com o seu cachorro.

Converse com o seu cachorro se não tem ninguém para conversar.

Converse e ame o seu cachorro.

Só o cachorro.

Ninguém quer amar.

Converse com o seu cachorro.

Converse com o seu cachorro se não tens o hábito de confiar.

Abra o bico, faça cena e dê nome aos bois.

Peça sua opinião.

Sobre como mudar a vida, o rumo, os botões.


Converse com o seu cachorro.

Ele é único.

De forma estúpida ele quer ouvir você.

Não é aconselhado nem pelo Senhor Julgamento, tampouco pela Dona Inveja.

Converse com o seu cachorro.

É melhor...


Hoje e sempre.

Amém!


sábado, 6 de junho de 2009

Memórias da Madrugada que corri do Sol!






(e depois estupidamente dormi deixando uma poesia sem final!)

Gosto do movimento que a minha respiração ganha quando penso em você.
Não é a cocaína.
De toda a velocidade, parada...(indescritível e mínimo aspirar)
Você, depois agito, velocidade, parada! (indescritível e escondido expelir)
Expulsão.
Breve alívio...
Carro desgovernado batendo em descuidada árvore...às 5:21h da manhã.
Velocidade, parada...(indescritível e mínimo aspirar)
Você, agito, velocidade, parada! (indescritível e trôpego expelir)
Negação.
Nada de alívio.
Sol carniceiro surgindo no horizonte perto das 6:00 h da manhã.
Sem relógio no caminho para descrever.
Gosto do movimento de milhões de pelos que se levantam quando penso em você.

Não é a cocaína.

Febre. Desespero.
Vontade enlouquecida de esquecer.
Dormir.
Morrer.
Sinto Hitchcock.
Suspense, correria, quase espatifar...
Abrir a porta!
Saudar o Guardião, deitar.

Gosto de fechar os olhos e imaginar...
........zzzzzzzzzzzz.........!!!!!

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Athena

Por causa da vida de outro

lembrei...

Quis teu cabelo grego dinovo

Preto

Em mim

O mesmo sonho

Teu corpo de fada

Em mim

Mãos, boca, veludo

Em mim

Depois ofegar

Em você

Vesti - lá no vestido de flôr amarela,

Colocar-lhe o colar,

calçá-la com os sapatos de geisha

voltar tua cor Grega-razão...

Um último beijo antes do sol

Acordar!

Fugir.

Júpiter

Eu exijo boca pequena.

Enquanto mergulho.

Ar.


Como não gosto de peixe-frito

Só peixe vivo...


fico só com o rio de Heráclito

que passa!


Eu exijo aquilo de arisco.

que me arrepie

que me insulte

me coloque em luta

me faça fogo

labareda atormentada...

desejo.


Tudo flui, eu sei.

Mas eu exijo que você não se mexa.


Eu exijo escultura.


Escorrega em mim

se for preciso, por favor... eu quero.

Flutua!



sábado, 30 de maio de 2009

Tango

Amazona Ferida
Franz Von Stuck


O piano que chora em Paris-Texas, tango novo, Gotan Project

me lembra você...

Mon Die na voz de Edith Piaf

me lembra você...

As horas passam...

Você, você, você!!!!

Na minha cabeça sempre o sussurro...

Você!

És representação animada da robusta senhora Insanidade...

que me cavalga!

Triunfante.

Loucamente.

Carne e osso de um delírio.

Nuvem.

Névoa.

Poeira, ilusão.

Não existes!

Não existes!

Aquele que desejo...

Aquele que necessito...

Aquele que me ama, não existe!

Poeira.

Nuvem.

Névoa, ilusão.

Você, você, você!!!!

Me reconhecerá um dia?

Serei um dia por ti... arrebatada?

Um outro tango no ar...

Quando não se faz poesia

É preciso dormir!

Quando tu te ausentas...

É preciso dormir!

Vinicius me embala:

Pergunte pro seu Orixá o amor só é

bom se doer

Vai, vai, vai, vai


sexta-feira, 29 de maio de 2009

Rebelião


Apolo y Marsyas
José de Ribera

Quando o deus veio me visitar hoje, na minha cova fria e úmida, fiquei de pé. Não deixei que me tomasse a cabeça, agarrei-me a Gaia mãe levantando-me e soprei a terra seca na névoa-luz que me envolvia. Ele tomou forma. Uma forma dourada como lhe convinha. Chamei-lhe pelo mais antigo nome que conheço, conjurando e assim lhe disse:


Chega de luz, de Sol, de rédeas áureas!
Chega de Apolo perfeito e reluzente, eu quero é Dioniso.
Escuridão.
Chega da solidão virginal do abismo...
Eu quero é Dioniso de frondosa mata.
Mistério, voluptuosidade e caos.
Chega de sacrifícios, prostração e devoção ao senhor.
Vaidoso deus.
Chega de tanto Apolo em mim.
Que te contentes em dominar minha forma.
Assim o quero!
Quero teu braço de deus a me fazer bela.
Mas não mereço ser escrava tua, toda tua...
Quero Dioniso!
Quero me entregar ao vago, impreciso e nebuloso.
Quero sentir todo o meu imenso poder, deitando com Dioniso.
É a mim que Dioniso invoca.
Chega de Apolo, chega!
Quero ser deusa também.
Chega Lobo de Sol!
Sou mortal é verdade, mas livre.
Vou ter com Dioniso de amplos e distraídos braços.
Vou viver sem nome.
Vá-te, deus Sol de louros e perfeitos cachos.
Vá-te, que hoje mesmo dormirei no Olimpo.
Não sou Eritréia!
Não quero seus anos.
Não sou Cassandra
Nasci já com olhos de fogo.
Sou mortal.
E agora eu quero é Dioniso.
Apolo então se foi. Até quando?

terça-feira, 19 de maio de 2009

Indomada Heroína


“Meu prazer era intocável e aterrador. Inflava dentro de mim ao caminhar pelas ruas. Ele transpira, ele fulgura. Não consigo escondê-lo. Sou mulher. Um homem me dominou. Ah, que prazer quando uma mulher encontra um homem a quem consegue se sujeitar, o prazer de sua feminilidade expandido em braços fortes."



Anaïs Nin.
Diários de 1931-1932

Teria Judith sido por sua presa, ainda que por um segundo, dominada?

Teria Gustav Klimt assim considerado quando Judith nele encarnou? Ou teria ele somente imaginado e amado, o poder da rainha sentir prazer de caçador?

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Reminicência?

by John Cohen
1959

Dia 11 de maio passado, ainda na cama, dei de cara com Jack Kerouac na capa do caderno Ilustrada da Folha de São Paulo, sem ler nenhuma linha, comecei a chorar, descontroladamente, com soluços e grandes suspiros. Chorei por uma hora penso. Assim mesmo, sem mais nem menos. Nunca li Kerouac apesar de já ter sido atraída para ele antes, já havia Viajante Solitário na minha estante, secção LER.
Acontece que aquela imagem parecia me dizer: escreva, mesmo sendo uma vagabunda, mesmo que te digam que de nada importa e mesmo que acabem transformando teu tesouro em lixo. Escreva! Perceba como ele é lindo! Lindo!
Hoje resolvi me unir melhor à imagem, abri o Viajante e na apresentação do autor, feita pelo próprio, encontrei a seguinte confissão: “Sempre considerei escrever meu dever na Terra”.
Descobri que sempre o amei e os soluços daquele dia eram gritos de saudades.

O Servo de Salomé


“Ele diz que é servo meu.

Ele diz que é meu escravo.

Enquanto bate na minha cara.

Com força e doce insistência.

Como pode!?

Tão sincero cego...

Que acha que é Oráculo.

Que peca e se esconde.

Mas deixa estar,

deixa ele chorar e brincar ser servo meu.

Conheço o jogo.

É gozo depois da dor curta.

Lancinante.

Ah! Anjo da asa torta...

É no silêncio que te consumo...

Submissão.

Não desperte Herodes!

Dança Salomé, dança!”


quinta-feira, 14 de maio de 2009

Sono e Vigília

Batsheba, 1912
Franz Von Stuck


"O fogo da tempestade

invade minha cama

enquanto sonho

me faz suar de medo

Quanto medo

e mar.

E desejo!

Para uma noite que é mesma.

Para dita noite... há tanto vazia.

Seria teu meu suor? Ou da palavra vadia?

Seria tua essa pulsão que me percorre tudo?

Que me suspende.

Que me ressucita antes que os escombros existam?

Que me provoca, sem vergonha, de dentro da jaula?

Não! Não!

É dela, a vadia!

Palavra vício!

Daquela puta também minha