terça-feira, 12 de setembro de 2017

Monstros Não Temem o Desejo...



Cavalos de Fogo
Roçam meus Pelos...
Arvores de Pedra,
Me Ancoram...
Ferozmente Lutam.
no Infinito Desconhecido.
Sou  a Nave Espacial, nas Estrelas Singrando
TODO ESSE PESO, o Arreio...

Alguém Para o Vulcão?
Alguém IMPEDE Lava...
devoro estrelas inteiras
com minha boca de Loba
com meus dentes novos de Tubaroa...
Sou toda Fera e Inconstância.
Me Esgueiro nas Bordas das Cidades...
Das Gentes.
Dos Amores...

Há Sangue nas minhas Pegadas...
Há Espadas em meu Quarto AINDA!
Todo um Imenso e Lindo Deserto.
Não tenho Pressa de Atravessa-lo.
Quero TODO Fogo que ELE Cospe.

Rasgarei o Céu
Pterodáctilo Vermelho-Azul
Meio Lava, Meio Gelo.
Monstros Não Temem o Desejo.
Nem o Mar em Tempestade
Pretendo...
Devorar o Mundo.

domingo, 2 de julho de 2017

Vomito e Vocifero

Algo que me sufoca me desperta em solavancos, todos os dias. 
Não há como engolir essa torpe existência...
Vomito e vocifero. 
O fel é a marca daqueles que sempre são traídos pelo destino. 
Não há como dormir depois de tantas guerras.
Tampouco sonhar.

domingo, 23 de abril de 2017

Versos Secretos #2

Teus olhos
Não me abandonam
por mais que eu os enterre
com desculpas
culpas
e paralisias
paranóia
e até amor.
Tuas asas enxergo agora.
Queimando.
Sobre meu peito.
Te imagino
em e aos sussurros 
a me engolir.
Adorei o absurdo da tua boca
e do enrolar da tua língua.
Não foram segundos.
Foram garras, foram marcas.

sábado, 25 de fevereiro de 2017

A profecia 7.

Lua em Arembepe, sob a ótica dos mortais, 2015
Francine Ricco

Trouxe no olhar de lado, cismado,
uma Profecia.
O Gavião.
Estendeu-se o tapete.
Carmim.
Em mim.
Asas que me cobriam.
Não via.
Quando chegou o Carcará.
Apenas dançava no Tempo.
Para adormecer o Leão e Fogo.
Que foram trancados no meu peito.
Terremotos e Vulcões se entrelaçaram.
Tormentas.
Caçadores abatidos.
E Linha de Frente em Espadas,
"derrumbrada".
Naus, afinal, naufragadas e então,
encontrei outra vez tuas penas de Águia.
A não admitir minha Realeza.
Coruja que sou.
Predadora de Olhos de Imensos.
De Águas em Turbilhão.
Queria ser Frida Kahlo é bem verdade, mas?
Apenas tento e enfim.
O Leão e Fogo agora correm livres,
a lamber toda minha Carne.
É agora chegada.
Dos voos Noturnos.
Estrelas me preenchem.
Navego segura, mesmo na Escuridão.
Enfrento de perto os sinais de minha Insignificância.
E sorrio Altiva.
Da minha Sobrevivência.
E Hoje.
Coruja que sou.
Tanta e tantas vezes Sobrevivente.
Com os Dois olhos finalmente abertos, percebo.
Satisfeita.
Que A Profecia não aconteceu.
Mas eu Sim.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

Sobrevivente Assassina

Blackout.
Out.
Inspiro.
Respiro.
Ruge em minhas carnes, sônica-mente.
O Vento Frio.
Próprio somente dos Assassinos.
Dos Sobreviventes.
Passo manso.
Eu ainda manco.
Joelhos ao chão.
E o carmim mais fino do Desejo,
ainda Queima.
Hoje. 
Ontem.
E amanhã.
2017 em Chamas.
Selvagem.
Como meu  peito sempre foi.
Folhagem.
Vermelha-Luxuria. 

sábado, 21 de janeiro de 2017

Ruínas?

Serão feitos de tecido teus dedos?
E tua boca, morde vorazmente toda carne branca assim?
O que seríamos nós sem os selfies?
Bruxaria?
Por favor...
Será feita de radiação tua boca?
Tão ridículamente dolorida.
Tesão.
Serão feitos meus dias de quê?
Sarcasmo e rancor.
Eu que me ajoelhei pros teus olhos.
Você se lembra?
Você notou?

quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Suas crinas

O isqueiro já foi gasto além da metade.
Rádio de interior anuncia preços de sapatos da loja que já conheço.
Ataques de Vento.
Fazem rodopiar a casa
E cavalos abstratos
Azuis.
Carregam o passado.
Nas costas.
Amputam-me dia a dia.
Aguardo.
Se pelo menos sobrar-me os dentes.
Permaneço...

terça-feira, 10 de janeiro de 2017

É coisa!

É coisa bonita o amor?
Não.
É coisa indomável.
De claridade doí-da.
Inquietação.
Horas pensando em suas mãos.
É coisa bonita o amor?
Não.
É caos, lava e infinito.
De claridade suprema.
Reinação.
É coisa bonita sim o amor.
Horas e horas pensando no começo.
Reconheço.
Piscar de olhos nos arrombos, assombros do universo.
Acabou.
Como sorvete em chapa quente.
Sem para sempre.
Amém.
Ou qualquer mudança de situação.
15 anos apagados.
Mergulhados em água-sanitária.
Como esmaecer cidades, fortalezas inteiras?
Sobrevivendo a terremotos cantando.
Lava e infinito.
É coisa!

domingo, 8 de janeiro de 2017

F de Fantasia n #1

Faltou-me ar.
Escrevo desaforada e desesperadamente.
Infeccionou minha alma.
Do pé a cabeça.

As Telhas e os Lagartos
já fazem parte dos meus olhos
Depois de 7 dias...

Antes do 8° dia, brado:
-Faltou-me ar.
-Infeccionou minha vida do pé a cabeça.
-Não faltam telhas ou lagartos!
Faltam Sonhos.

sábado, 7 de janeiro de 2017

Desejo Incompleto.

Le Rouge à Lévres
Jean Gabriel Domergue


A Água.
O Fogo.
E o dançar suave
daqueles que colecionam
 flores,
além do simples
desejo.
Tua saliva está já em
meu sangue de frio peixe...
Isso me devora!
És parte que preciso completar.

Desejo.
Horas, dias, oceanos...
Desejo.

terça-feira, 3 de janeiro de 2017

Uma Poeta Presa no Quarto!

Um Poeta sempre vive abobadado.
Estrelas,
e baba
e babados para todos os lados.
Uma Poeta queima mesmo sem álcool
ou gasolina.
Fagulha em como se move.
Afoga conforme olha.
Todos Fogos-Fátuos
Poetas ensandecem em quartos.
Como nômades.
É o Vento, o Caminho Incerto, a Noite
e o Amanhã.
Aquele primeiro gole.
Aquela primeira paixão da noite.
A Estaca da Tenda que chega e parte.
Um Poeta sente.
Terremotos.
Enchente.
Poetas vivem abobadados.
E são mesmo Estrelas.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

Trovoa

Beach Landscape
Max Beckmann



Teus Ventos tão Frescos.
Orixá Irmã 
Ya mi.
Vivo na Tua Casa.
Da Fúria Fria.
Estática estátua, dura
Às Águas-Abraço.
Mornas e Velozes.
Do maior Fogo-Paixão.
Sabia que entrarias em Janelas Vermelhas.

domingo, 1 de janeiro de 2017

#2 de 2017

Queria ter a coragem definitiva de viver para sempre.
Sempre brigando.
Falando alto.
Falando merda.
Sorrindo demais para uma mulher, que são ensinadas a serem tristes o tempo todo.
Queria sim ser uma mistura de Bukowski e Anaïs Nin.
Mas sou muito boca suja.
Chego em todos os lugares.
E em todos os lugares acabo aberração.
Divirto as criancinhas.
Assusto os seus pais.
Porque não zombar disso?
Queria escrever essas besteiras para sempre.
E viver no bar para sempre.
Para que gastar um domingo estúpido, primeiro dia de 2017 sem beber?
Sem zombar de toda essa nefasta massaroca de horrores que virou o mundo?
Meu pé parece que putrefará, mas e daí?
Todo meu corpo vai um dia afinal.

Travessia

Travessias implicam em paus e pedras.
Rios inteiros, até Oceanos.
Travessia tem o gosto fogo do imprevisível.
Combustível daqueles que queimam.
E incandescentes atravessam sim, nossas vidas.
Jornadas são jorradas de "Asas do Desejo"
Caem distraídos em nossa cabeça.
Arrebentam tudo os tais meteoros.
Machucam até nosso chão.
Depois fagulha, risco, lampejo fraco, Gritam.
Ensandecidos se desesperam e vão.
Amaldiçoando tua ousadia de mortal.
De boca e mãos.
Travessias implicam e implicam
E levam tanto tempo...
Travessias implicam desertos.