sábado, 27 de agosto de 2016

#3


Garden in Bloom - 1933
 Max Beckmann

Aves de Rapina que somos
Porque não voamos logo e longo?
Atravessando os 7 céus
Até estrelas siderais

Porque não nos desgarramos logo?
Desse chão quebrado de seca
Desse chão duro que não nos deixa enterrar os mortos

Voemos sobre as queimadas
Voemos sobre as cinzas
Voemos sobre os pobres oceanos moribundos
Voemos sobre a indelével miséria humana
Voemos sobre os cacos...

Flamejemos até a asfixia,
da Loucura
da Liberdade
da Paixão.

sexta-feira, 19 de agosto de 2016

#666

Meu amor por ti levantou-se com os Oceanos.
E nunca mais dormiu.

quinta-feira, 4 de agosto de 2016


Szerelem,
Szerelem.


Márta Sebestyén

terça-feira, 2 de agosto de 2016

Coração Cego



Todos os dias ele palpita forte e trêmulo.
Manhã.
Inverno.
E me saber viva mais uma vez dói.
E dói no corpo inteiro.
Queria algo de veludo.
Algum escudo.
Uma coisa macia para mim.
Tantas pedras se acumularam em minhas mãos.
Tanta correntes em minhas pernas e braços.
Vago no desespero do escuro.
Na Mata Escura.
Vago somente com os relâmpagos dos fantasmas.
Tateio assim pesada os espinhos que me rodeiam.
Caminho e continuo pelo bicho que há em mim.
Cega, completamente cega.
Ele palpita forte a matar minha carne de predadora
É uma Rainha uma Leoa Cega?
Coração que grita a anunciar que a vontade já morreu.
Coração que cala e resigna.
Pedras e seca foram as heranças que sobraram.
Escombros.