quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Finalmente não ser.

Hunt for the wild
Franz Von Stuck

Para enfim voltar a ser eu mesma, preciso dormir a metade que durmo e beber o dobro que bebo.
Você diz então:  -Meu amor, no mínimo!
E meu pai diria : É tão feio mulher bebendo...
O que posso fazer se a cada passo mais me sinto,
um leão, uma besta-fera, um vírus estranho a tudo, um não-rótulo...
Lá dentro?
Algo que necessita urgente de certa diluição...
Isso mesmo!
Um furacão, uma tempestade vermelha em Marte, tão assustadora como uma carpideira.
Nas areias alienígenas, rege o eterno uivo post mortem.
Isso mesmo!
Álcool e pouco sono.
Álcool e solidão com tv-ecologia vomitando o inevitável.
Tragédias que veremos nascer.
Nem mulher, nem homem, nem explicação...
Somente elemento, meus belos fascistas...
Somente elemento.

(e longas rimas pobres-sinceras, arraigadas de dislexia).

 

 

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Hora de Partir #1

É o magma que me arrebenta.

É um calor que cria, molda, renova, possibilita...
Veias de vermelho-laranja a esmagar represas de águas mansas, e.
...E águas raivosas a derreter meus olhos.

É o magma que me movimenta.

Um calor desconcertante que explode...
Num último vagueio lanscinante de loucura, antes de acordar.
...E águas raivosas a colorir de sangue meus olhos.

É novamente o amor a escapar dos meus dedos.
Virando cinza.