sexta-feira, 3 de junho de 2016

Poesia Inacabada

Volubillis - Marrocos

Sei.
Apenas sei.
Por aquilo que me come, reverbera.
Que minha voz grave, grave que sou...
Ecoa quente, ainda e agora, nos seus poros.
Que minha palavra luxuria, ousada que sou,
ainda te levanta os pelos.
Pelo, suor, saliva, uivo.
Sei.
Apenas sei.
Que mesmo sendo teu infinito cheio de concreto.
Estrada a fora.
O meu cheiro de água e jasmim ainda goteja em tuas narinas.
Sei.
Apenas sei.
Que preencho o volumoso quarto do teu passado.
Com indelicada dor.
Com vermelhos que não são meus.
Com palavras de metal...
Sei.
Apenas sei.
Que ainda que luxuria.
Esconde-te de mim.
Por tudo de vil.
Esquece-te de mim.
Mesmo não me devolvendo o mel.
Mesmo não me devolvendo o brio.
A Paz.
És armadilha da armadilha.
Cruel.
Poesia Inacabada.
Beleza sem ponto final.
Saudade que não aconteceu.
Amor que nunca foi meu.



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