sábado, 17 de setembro de 2016

Para o lado de lá


Minerva e o Centauro - Sandro Botticelli


Digo ao Céu e todas as Estrelas, e todas as imensas Galáxias coloridas
Que não quero ser amada, mas mesmo assim espero.
Uma boca que me derreta em Lava.
E uma boca que me queira, eu sendo a Bruxa que sou.
A Lua desvairada, sempre Oeste.
Coruja viciada nas fumaças do Momento.
Eu só queria acabar com meus dias de frio e azedume
De guerras e pedradas.
De distâncias programadas.
Queria mesmo esquecer que sou tão Água.
Que te arrastei para outros Oceanos.
Para o lado de lá.
Digo ao Sol que me esqueça.
Sou espera Noturna.
Sou a virgula.
O não.
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quarta-feira, 14 de setembro de 2016

#6


Ainda desejo o corpo calado.
Ao meu lado.
Raiaram Sóis e sois...não há.
Me feriu a  Adaga  Mestra.
Tirou de mim.
O vôo livre.
E Coruja Silênciosa.
 Velha
 me moldou.


Não sou alegre.
Não sou triste.
Sou refém.


segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Ira

Quando ouço tua voz de Cão, 
ainda insisto.
Me dobro, desisto.
Você é aquilo que toda a razão diz não.
Você é : Resisto!
Boca, sorriso e voz a quem nunca vou dizer não.
O silêncio foi sua injustiça.
Sua boca minha forca.
Minha forca...

Mais

Mais uma vez mais agarras esses teus dedos verdes de olhos em mim.
Sim.
Olhos de madeira clara.
Corpo de deleite negro.
Arco, flecha, eu o alvo, tudo.
Saímos de nossos eixos.
E eu perdida no furacão, só pareço fútil.
Inútil.
Perdão por ignorar seu corpo.
Todos os caminhos...
Não foi também sua medida.
Não és rocha ou madeira.
Mas Fogo imenso.
Fogo Imenso.
E por isso teu cheiro verde
Mato Verde.
Insisto?
Não.

Mais

Mais uma vez mais agarras esses teus dedos verdes de olhos em mim.
Sim.
Olhos de madeira clara.
Corpo de deleite negro.
Arco, flecha, eu o alvo, tudo.
Saímos de nossos eixos.
E eu perdida no furacão, só pareço fútil.
Inútil.
Perdão por ignorar teu corpo.
Todos os caminhos...
Não foi também sua medida.
Não és rocha ou madeira.
Mas Fogo imenso.
Fogo Imenso.
E por isso teu cheiro verde
Mato Verde.
Insisto?
Não.

domingo, 4 de setembro de 2016

#5

A verdade de todo assunto é que o Carcará não quer conta com a Coruja.
Hoje ela chegou perto.
Mas é tudo ilusão.
Seus cabelos muitos ela só pode cheirar.
De longe, a miúdo.
E ele fugiu.

O que dela feito foi.
Ilusão.
Desilusão.
E um tapete de flores brancas.

Você Carcará?
É penumbra e vive sem par.
Você tem É medo de mim.
Esconda-se o quanto puder.
Quiser.
Você tem É medo de mim.

Esconda-se homem que voa.
Que coa o melhor de mim.
Esconda-se a Cuca vai te pegar.
Homem do Sertão? Não!
Disse ele a dez pontos negar.

Carcará.
Carcará.
Ouça-me.
Mesmo que do chão.
Sou loba, onça, pantera, monção. 

sexta-feira, 2 de setembro de 2016

#4

Teus olhos tão vagos quanto o mar.
Apareceram no meio do meu caos do dia.
Uma solidão.
Tão castanhos quanto posso suportar.
Cabelos sempre desgrenhados.
Grudados na pele do teu pescoço.
Que me gusta tanto
E uma camisa verde, desavergonhada com cara de ayer.

Eu quero suas pupilas
E não adianta dizer não.
Quero suas mãos prudentes de quem morreu de amor um dia.
Descontraladas
Em mim.

Porquê tanto cuidado?
Tanto Chorare?
Tanta Não-Vida? 

A minha poesia é ruim
Esse é o porquê?

Equeça minhas palavras 
Escolha minhas mãos.
Não?

Repita mesmo quem é você?
Brade e grite de ira.
Com sua voz tão, mas tão Ave de Rapina.
Que eu, Coruja.
Sei no fundo que você sempre não