terça-feira, 29 de março de 2016

Enquanto não me enxergas...

Você é tão engraçado...
enquanto dorme acreditando que meu corpo é amaldiçoado
Lilith.
Meu cheiro pecado.
Original.
Você é tão engraçado 
porque não acredita que sou de outra galáxia.
Nem imagina.
E me trata como gado normal.
Tanta paranóia com o que é selvagem.
Não estava mais aguentando?
Reze ao céu.
E esqueça a mata que te constitui.
De costas ao fogo.
Ao vento.
Deixe-me queimar labareda dourada
Ardendo.
Enquanto sentes o desejo e o calor.
Vá...fique de costas.
Sou mesmo vaso ruim.
Coruja.
Serpente.
Fuja antes que meu corpo exploda em lava.
E pedra púrpura.
Almíscar.
Lavanda.
Água-de-Flor

domingo, 27 de março de 2016

Só ontem...

Ontem li uma poesia na noite estrelada.
Estalada.
Ligeira.
Orei pela palavra.
Namorei ela.
Amei.
Me deitei e deleitei inteira.
Língua.
Portuguesa.
Fui livre enquanto segurava o pandeiro simbólico.
Da minha vida.
Mas liberdade é ave rara.
Coisa cara.
E precipita indagação.
Indignação.
E solidão.
Ontem li uma poesia que não era minha.
Porque minha poesia é crua e violenta
Porque eu não queria que me vissem viva.
Ontem li uma poesia que não era minha porque gosto de ser mistério.
Acredite você, serei sempre mistério.
Ebulição.
Ontem li uma poesia na noite estrela.
Estalada.
Para gritar com você.
Gritar toda minha carne.

sexta-feira, 25 de março de 2016

Imagina...

Porquê tantos soluços e engasgo...
De ódio.
Solidão.
Dúvida.
Porquê tanta preocupação?

Porquê você quer um rio que corre manso se você pode descer a corredeira todo dia... vivo?
Embarca na Floresta da Lua.
Viaje macio na minha pele
Desça em meus seios
Como rei...

Mas e daí?
Você me deixou na cova.
Aos Leões abandonada.
Sem nunca esquecer meu nome.

Você dorme e sonha comigo...
Negando minha paz.

Acorde.
Acorde.
Homem-Ambar.
Pele-Damasco.

Abra seus olhos e me encare profundo.
Monte-me, sua égua que tenho que ser.

Esqueça o tempo e meça o suor que escorre até nossas bocas.
Puxe meus cabelos, eu puxo os seus...
Segure-me como se eu fosse a última montanha no mundo ante o dilúvio

Di-Lu-Vei-Me.
Veludo.

Di-Lu-Vei-Me.
Vai?

Esperei dias e galáxias inteiras.
Só para você reparar nos meus pelos...
E nada.

domingo, 20 de março de 2016

Espumas Flutuantes

Espumas de tudo.
Castro Alves, amado, mas mudo.
Espumo o ar.
Flora, fígado, tudo.
Espumo você.
Espumas flutuam.
Mudo.
Tenho sonhos úmidos.
De ti.
Esqueço de comer.
Esqueço de esquecer.
Esqueço confuso.
Lábios.
Boca.
Mudo.
Tenho sonhos de chuva.
Tardes na estratosfera.
Dos teus pelos.
Tardes com cheiro verde.
Mato verde.
Passos na escuridão.
Mata Selvagem.
Mata Selvagem.
Espumo o ar.
Flores, floriculturas, agriculturas, tudo.
Me esqueço de te esquecer.
Esqueço confuso.
Olhos.
Sombras.
Boca.
Mudo.
Tenho sonhos de amanhã
Sempre o amanhã.

quinta-feira, 17 de março de 2016

Teus sapatos de Gueixa

Macia pele da serpente
Suas escamas ainda estão na minha boca
E na minha doente mente.

Tua Grega-Razão.
Teu perfume ocre.
Teu jeito de andar.

Ontem...
Sim ontem.
Parece que foi ontem de tanta dor que sinto.
Acordei de um pesadelo.

Lembrei logo de seus sapatos de gueixa.
Da obra de arte que é tua existência.

Lembrei dos teus olhos de coruja, 
Cria de Athena que és.

Lembrei da tua voz me pedindo para ficar.

Tudo, tudo.
Tudo tão ontem.

Que coma foi esse que me manteve presa assim à escuridão?
Que vento foi esse que passou?

Não importa.
Teus olhos cintilam em minha memória novamente.
E tua sabedoria...
Reverbera.

segunda-feira, 14 de março de 2016

Canto a Poesia

Mesmo aqui do canto,
te canto.
Canto do quarto.
Canto da Sala
Tudo escuro
Ar impuro.
Sussurro.

Te canto poesia.
Tu lingua minha.
Ingua.
Te canto e durmo contigo todo dia.
Todos os poros da minha vida.

Mesmo aqui do canto.
te quero.
Entre trapos de amor.
Pedaços de mim mesma.
Trincheira.
Carro.
Corpo.
Bomba. 
Sangue.
Tudo.

Tudo.

Te canto po e sia
Te quero minha.
Para sempre.
Amém.

Te canto e tu me acalanta.
com tua beleza gritante.
Gigante.
Poesia...

sexta-feira, 4 de março de 2016

I can't leave you

...but my history is true and,
I will never... be the same again.   

terça-feira, 1 de março de 2016

Caos e Solidão!

Você fala de ontem do caos da vida
Você fala de antes do zero partida
Você fale de zêlo quando hei-lo perdido.
Você azul como um blues escondido

Você dá na minha boca
aquele gosto de ácido.
aquele medo de mel.

Você dá na minha boca
aquele gosto amargo
tão amarelo de fel...

Tu, eu, tudo junto...
Tudo igual
Normal

Eu. tu, um sem outro.
Sem encontro.
No breu.