sábado, 25 de fevereiro de 2017

A profecia 7.

Lua em Arembepe, sob a ótica dos mortais, 2015
Francine Ricco

Trouxe no olhar de lado, cismado,
uma Profecia.
O Gavião.
Estendeu-se o tapete.
Carmim.
Em mim.
Asas que me cobriam.
Não via.
Quando chegou o Carcará.
Apenas dançava no Tempo.
Para adormecer o Leão e Fogo.
Que foram trancados no meu peito.
Terremotos e Vulcões se entrelaçaram.
Tormentas.
Caçadores abatidos.
E Linha de Frente em Espadas,
"derrumbrada".
Naus, afinal, naufragadas e então,
encontrei outra vez tuas penas de Águia.
A não admitir minha Realeza.
Coruja que sou.
Predadora de Olhos de Imensos.
De Águas em Turbilhão.
Queria ser Frida Kahlo é bem verdade, mas?
Apenas tento e enfim.
O Leão e Fogo agora correm livres,
a lamber toda minha Carne.
É agora chegada.
Dos voos Noturnos.
Estrelas me preenchem.
Navego segura, mesmo na Escuridão.
Enfrento de perto os sinais de minha Insignificância.
E sorrio Altiva.
Da minha Sobrevivência.
E Hoje.
Coruja que sou.
Tanta e tantas vezes Sobrevivente.
Com os Dois olhos finalmente abertos, percebo.
Satisfeita.
Que A Profecia não aconteceu.
Mas eu Sim.

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