sábado, 19 de novembro de 2011

Fogueiro!

Como te queria em minha cama agora...E pensando bem, não é bem na cama que te quero agora, mas em mim!
Volumoso, preênchendo tudo.

Como te queria em mim agora...
E sentindo bem, não é bem dentro que te quero sempre...
Mas em arrancadas, dentro e fora!

Como te queria me sufocando...
Me enchendo de gemidos e uivos que nem Ginsberg entenderia, quereria talvez...
Poderoso como sempre, com sua voz e boca.

Dentro e fora!
Dentro e fora!

Como te queria...
Pelo menos perto...
Para sentir teu cheiro de canela-Gabriela.
Cor de crepúsculo.
Índio-estrangeiro.
Fogueiro.

Onde estás?
Onde estás que não responde?

5 comentários:

Rodrigo disse...

Senti o rebolar de uma labareda a me queimar. Teu poema é vermelho, emite sons mediterrânicos e aromas de perfumes africanos. Como tudo o que é escrito por ti, senti a potência do querer sem razão emanado da carne. É a vida em estado bruto, pré-reflexão. Quase sinto seus suores e ofegâncias. Parabéns pelo poema. Beijos.

A pitonisa disse...

Então devo colocar o aviso...? "Conteúdo adulto"??? Parabéns à você! Pré, pré, pré-reflexão. É isso que mais sinto me incomodar, aquilo que nunca anda nos trilhos da razão.

Rodrigo disse...

Qual é o aviso? Não entendi essa parte. E o "conteúdo adulto" apareceu quando fui mandar o comentário (ou antes, não sei - apareceu uma mensagem pedindo para confirmar se queria mesmo entrar no blog). E a pré-reflexão também me incomoda. Minha relação com a pré-reflexão é dúbia, paradoxal. Ora gosto, pois que me dou a chance de criar o que vai ser pensado acerca do sentido. Ora não gosto, pois sou arrastado para abismos e desastres por essa potência sem nome que tanto me põe fogo quanto me incinera... Beijos mil.

A pitonisa disse...

É o aviso de conteúdo adulto mesmo que falava... A pré-reflexão é o vômito, às vezes alivia, às vezes agonia...Isso mesmo!Agora o engraçado é que tenho gostado de ser incinerada...

Anônimo disse...

Sim.
Tu que não eras, és.
Purificada pelas águas de Castália,
Aí sentada sobre trípode pedestal,
Entre os vapores que a terra emana,
de pernas abertas, anseias.
Anseias que o falo de Apolo te penetre,
Em ti ejacule e te encha da vida dos deuses!
Em transe, sofreguidão atroz, libertas palavras,
Uivos que encaixam nas vulvas de cada um de nós
Em dias de primavera, quando dás à luz.

Pirilampo