quinta-feira, 10 de setembro de 2015

A pele que habito

Franz Von Stuck
Hölle

Há novos ratos no porão.
Sujo e escuro.
Insano e infinito.
Dos meus intestinos.
Meu estômago grita muito mais alto...
Que minha boca sem vergonha.
Ratos roem Roma, romeiros, romãs e romances inteiros.
Ratos obtusos.
Ratos no porão escuro.
Da minha doente mente.
Agora tenho medo do orvalho.
Agora tenho dentes no meu pescoço.
Ratos nos meus pés.
E culpa sufocante.
Na minha pele.
Como diria Almodóvar...
A pele que habito.
Caro é o brilho do sol.
Apolo...
E no fim... ratos roem tudo.

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