quarta-feira, 1 de abril de 2015

Mar grande

Mar grande à vista.
Olas y más olas.
É o mar que me confunde.
O som.
A batida e explosão.
Eu que sempre fui tão líquida.
Tão salgada quanto doce.
Até em chuva...
Ácida de Cubatão.
Eu que fui tão barco, tão porto, tanta solidão.
Hoje sou mata-selvagem.
Aprisionada em tons de verde.
Entre troncos, madeira e aranhas.
Pássaro capturado.
Tão perto do mar novamente.
Tão longe da razão.
Dioniso exigindo sua bacante.
Apolo renegando sua pitonisa.
O destino que nunca é o que queremos.
É a noite que me possui todos os dias.
24 horas.
Mata-selvagem.
Escura, indecifrável e quente.
Semi-selva.
Ainda sou a água que te constitui...
Vou escapar.
Sempre vou escapar.
Pássaro rebelde.
Tão disposto ao céu.
À vida.
Mar grande à vista.
Céu...

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