sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

Do barulho do mar

Do barulho do mar,
do doce da lagoa
nasce o mosquito
esquisito que me mordeu
todo prosa e "creído"
Achando que sua existência é maior...
E maior é.
Um bicho que me come.
Um bicho.
Que em mim adormece de dentes cerrados.
Que me enlouquece
Machuca, espanca meu interior.
Sacode meu eu.
Me estremece de tanto horror...
Coisas tão desnecessárias, mentirosa e brutas foram ditas.
Coisas malditas.
Eu não sou mais que um poema.
Trágico, mas bonito.
Saio assim de bico, em bico...
Chutando tudo de raiva, por mais uma vez sair sem nada...
Fazer o quê se eu sou esse lado.
Conto com minha fé.
Tão incômoda ao bendito.
Dito.
Salve...
Que Oxaguiã continue exigindo meu destino.
Que Ogum continue a levar minhas pernas onde eu deva estar.
Que Oxum, doce, doce mãe, continue a me mandar presentes tão ricos.
O meu tudo é viscose, o meu tudo é veludo.
Ouro, conquistas e o mundo todo.
Que seja enfim perpetrado a porra que o destino já fez.
Que o Aion fique claro.
Que minha carne esteja em paz.
Mesmo que ferva, e lute, e vença... 4mg de não quero dizer o quê, nunca vai ser brinquedo não.
Sou bufalo puro.
E tubarão manso. 
E leoa implacável.
Águia pode tudo.
Sou aquilo que lebram meus ancestrais e mais.
Evolução.

Quando vejo Reis e Rainhas dançando comigo, suspiro.

ilustração*by Enki Bilal

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