quinta-feira, 14 de março de 2024

Obatalá fugindo de Iku é salvo por Ewá e sua neblina

 

preciso voltar... e pagar o preço pelo facão de meu avô...
 
aquele que matou o corpo ou a alma de cada indígena de Cachoeira até Itaberaba
 
preciso voltar...  porque já estava decidido
 
preciso voltar... porque sem saber sempre estive a visitar o túmulo de meus mortos
 
a desejo deles
 
ao chamado deles
 
preciso voltar... porque esmagar meu peito e parar de lutar, não esvaiu o lampejo que cortou meu "batedor" ao meio

preciso voltar... porque se não for a tempo...

me encantarei na dor.

terça-feira, 1 de maio de 2018

In Flame


Esgueiro-me entre teus pelos
Procuro-te em vão...
Su-fo-car...
É que preciso dos teus líquidos
e do teu cheiro.
Quero tu...
Mordendo-me...
Selvagem
Como...
Passado.


as lembranças de fogo não me deixão dormir...
A britadeira do desejo me desnuda...

terça-feira, 12 de setembro de 2017

Monstros Não Temem o Desejo...



Cavalos de Fogo
Roçam meus Pelos...
Arvores de Pedra,
Me Ancoram...
Ferozmente Lutam.
no Infinito Desconhecido.
Sou  a Nave Espacial, nas Estrelas Singrando
TODO ESSE PESO, o Arreio...

Alguém Para o Vulcão?
Alguém IMPEDE Lava...
devoro estrelas inteiras
com minha boca de Loba
com meus dentes novos de Tubaroa...
Sou toda Fera e Inconstância.
Me Esgueiro nas Bordas das Cidades...
Das Gentes.
Dos Amores...

Há Sangue nas minhas Pegadas...
Há Espadas em meu Quarto AINDA!
Todo um Imenso e Lindo Deserto.
Não tenho Pressa de Atravessa-lo.
Quero TODO Fogo que ELE Cospe.

Rasgarei o Céu
Pterodáctilo Vermelho-Azul
Meio Lava, Meio Gelo.
Monstros Não Temem o Desejo.
Nem o Mar em Tempestade
Pretendo...
Devorar o Mundo.

domingo, 2 de julho de 2017

Vomito e Vocifero

Algo que me sufoca me desperta em solavancos, todos os dias. 
Não há como engolir essa torpe existência...
Vomito e vocifero. 
O fel é a marca daqueles que sempre são traídos pelo destino. 
Não há como dormir depois de tantas guerras.
Tampouco sonhar.

domingo, 23 de abril de 2017

Versos Secretos #2

Teus olhos
Não me abandonam
por mais que eu os enterre
com desculpas
culpas
e paralisias
paranóia
e até amor.
Tuas asas enxergo agora.
Queimando.
Sobre meu peito.
Te imagino
em e aos sussurros 
a me engolir.
Adorei o absurdo da tua boca
e do enrolar da tua língua.
Não foram segundos.
Foram garras, foram marcas.

sábado, 25 de fevereiro de 2017

A profecia 7.

Lua em Arembepe, sob a ótica dos mortais, 2015
Francine Ricco

Trouxe no olhar de lado, cismado,
uma Profecia.
O Gavião.
Estendeu-se o tapete.
Carmim.
Em mim.
Asas que me cobriam.
Não via.
Quando chegou o Carcará.
Apenas dançava no Tempo.
Para adormecer o Leão e Fogo.
Que foram trancados no meu peito.
Terremotos e Vulcões se entrelaçaram.
Tormentas.
Caçadores abatidos.
E Linha de Frente em Espadas,
"derrumbrada".
Naus, afinal, naufragadas e então,
encontrei outra vez tuas penas de Águia.
A não admitir minha Realeza.
Coruja que sou.
Predadora de Olhos de Imensos.
De Águas em Turbilhão.
Queria ser Frida Kahlo é bem verdade, mas?
Apenas tento e enfim.
O Leão e Fogo agora correm livres,
a lamber toda minha Carne.
É agora chegada.
Dos voos Noturnos.
Estrelas me preenchem.
Navego segura, mesmo na Escuridão.
Enfrento de perto os sinais de minha Insignificância.
E sorrio Altiva.
Da minha Sobrevivência.
E Hoje.
Coruja que sou.
Tanta e tantas vezes Sobrevivente.
Com os Dois olhos finalmente abertos, percebo.
Satisfeita.
Que A Profecia não aconteceu.
Mas eu Sim.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

Sobrevivente Assassina

Blackout.
Out.
Inspiro.
Respiro.
Ruge em minhas carnes, sônica-mente.
O Vento Frio.
Próprio somente dos Assassinos.
Dos Sobreviventes.
Passo manso.
Eu ainda manco.
Joelhos ao chão.
E o carmim mais fino do Desejo,
ainda Queima.
Hoje. 
Ontem.
E amanhã.
2017 em Chamas.
Selvagem.
Como meu  peito sempre foi.
Folhagem.
Vermelha-Luxuria.